Este não é o tipo de estudo que mais gostamos de ler, mas é importante ter consciência daquilo que nos rodeia. Se estar no pódio, por norma, significa algo de bom, aqui não é o caso. Portugal é dos países da União Europeia onde as pessoas são mais mal pagas, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em três anos, entre 2019 e 2021, o salário bruto subiu apenas 78 euros para metade dos portugueses. E só há três anos é que 50% dos trabalhadores ficaram a ganhar acima dos mil euros brutos.
Outro dado preocupante, e que contribui para este pódio, é o facto de o fosso entre quem ganha mais e quem ganha menos ser muito grande. Os ordenados mais altos chegam a ser 19 vezes superiores aos mais baixos.
Apesar de haver evolução salarial, ao compararmos com os salários da grande maioria dos países da União Europeia, Portugal é um país de salários baixos. As mulheres e os jovens são quem ganha menos, sendo que metade ainda ganha abaixo dos mil euros brutos.
E o futuro? A perspetiva, para já, tendo em conta o cenário de inflação que estamos a viver não é a mais animadora. Segundo a Renascença, que cita o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, que disse que não é aconselhado a que não se aumente salários, por causa da inflação. Pode parecer confuso, mas quando se vive momentos de inflação, se houver maior capacidade de consumo - consequente do aumento dos salários -, os preços dos produtos e serviços tendem a aumentar.