Em Auschwitz, estão guardadas as memórias, o horror, o terror e o medo vividos e sentidos durante um dos momentos mais trágicos da história do século XX.
Estima-se que, neste campo de concentração, na Polónia, morreram 1,3 milhões de pessoas, entre os quais, estão 1,1 milhões de judeus. Os restantes são, de acordo com a administração de Auschwitz, citada pelo Diário de Notícias, "polacos não judeus (cerca de 70 mil), ciganos (21 mil) e prisioneiros de guerra soviéticos (14 mil)".
Espalhados pelo mundo e até pela própria Polónia, existem vários locais onde é possível tirar fotografias, mas Auschwitz não deve ser um deles!
Há poucos dias, um grupo - entre tantos outros que visitam o campo de concentração - de turistas visitaram o local e decidiram tirar algumas fotografias para, mais tarde, recordar o passeio. No entanto, não captaram apenas o exterior do complexo, mas também decidiram posar para as suas objetivas.
Este comportamento valeu uma publicação, no Twitter, de uma produtora de um canal de notícias do Reino Unido, Global News.
Em causa, está uma fotografia de uma mulher a posar nas linhas ferroviárias por onde passava o comboio que transportava as pessoas detidas para Auschwitz.
A produtora do canal britânico, Maria Murphy, escreveu que teve "uma das experiências mais angustiantes da [sua] vida", mas "lamentavelmente, nem todos a acharam assim tão dolorosa".
Nos comentários desta publicação, que, entretanto, se tornou viral com mais de 28 milhões de visualizações, surgiram várias pessoas a criticar o comportamento destes turistas.
Lê-se, por exemplo, "o que está errado com esta gente?", "quando lá fui, lembro-me do guia a pedir às pessoas para não fazerem isto por respeito", "chocante", "que horror", entre vários outros.
A mulher, que denunciou o comportamento dos turistas, escreveu ainda, numa outra publicação no Twitter, que, durante a visita, foi "pedido repetidamente que fôssemos atentos e respeitadores" e ainda disse que "este tipo de coisas não deveria ser dito que é proibido".
A publicação de Maria Murphy recebeu ainda um comentário da conta oficial do Memorial de Auschwitz, que pediu a todos os visitantes para respeitar a "memória de mais de um milhão de pessoas que foram assassinadas" no campo de concentração.
Esta não é a primeira vez que a administração do complexo, que integra vários campos de concentração usados pelos nazis na II Guerra Mundial, se dirige àqueles que tiram e posam para fotografias, no local.
Em 2019, uma mensagem deixada também no Twitter indicou que há "lugares melhores para aprender a andar numa linha ferroviária do que este lugar, que simboliza a deportação de centenas de milhares de pessoas".