O jardim de infância "Anne Frank", localizado na vila de Tangerhütte, na Alemanha, está no centro das atenções, depois de ser comunicado a alteração do nome para "World Explorer". A situação, que está a gerar controvérsia entre membros da comunidade judaica e políticos locais, já era alvo de discussões desde o início de 2023, mas ganhou destaque nos últimos dias, devido à instabilidade que se sente no país, desde o início da guerra entre o Hamas e Israel.


Anne Frank, a jovem que escreveu o seu quotidiano num diário enquanto se escondia das forças de Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial, tornou-se uma das vítimas mais emblemáticas do Holocausto. Agora, a ideia de renomear o jardim de infância tem gerado debates intensos.



A vontade de mudar o nome deste jardim de infância vem de alguns pais e funcionários, segundo o jornal Politico, que alegam que as crianças têm dificuldade em compreendê-lo, e os pais com antecedentes migratórios muitas vezes não se identificam com Anne Frank. A gerente da creche, Linda Schichor, afirmou que a intenção era escolher um nome menos politizado. "Queríamos algo sem formação política", explicou Schichor, ao mesmo jornal.


No entanto, a proposta de mudança gerou indignação. Max Privorozki, presidente da Associação Estatal das Comunidades Judaicas, em Saxônia-Anhalt, expressou desagrado, afirmando que, apesar das mudanças conceituais compreensíveis, renomear o jardim de infância, neste momento, cria um dissabor.


O prefeito de Tangerhütte, Andreas Brohm, esclareceu que a discussão ainda está em cima da mesa, negando que a mudança já tenha sido decidida. O objetivo seria encontrar um nome com uma conotação mais positiva, não porque Anne Frank tenha uma conotação negativa, mas devido às associações que as pessoas possam fazer.