Pacientes têm melhores resultados com cirurgiãs mulheres do que com homens, diz estudo

O LÍDER DO ESTUDO, UM MÉDICO CIRURGIÃO, DIZ QUE HÁ MUITAS COISAS A APRENDER COM AS MULHERES CIRURGIÃS

Jéssica Santos
Jéssica Santos


Este novo estudo poderá originar alguma polémica. A conclusão é clara e direta: os pacientes têm melhores resultados quando são operados por mulheres do que por homens. Antes de revirares os olhos, lê com atenção, porque esta premissa é sustentada em dois estudos e vários dados.

A investigação que envolveu médicos do Canadá e da Suécia e mais de 1 milhão de pacientes verificou que pacientes operados por cirurgiãs têm menos hipóteses de enfrentar complicações pós-operatórias e de vir a precisar de cuidados adicionais em comparação com os pacientes que passam pelo bisturi de cirurgiões homens.

E qual é o segredo? Bem, parece que as cirurgiãs têm uma abordagem mais calma. Em média, elas operam mais lentamente e isso parece fazer toda a diferença. Já diz o ditado: "A pressa é inimiga da perfeição".


Christopher Wallis, líder de um dos estudos, sugeriu que os cirurgiões do sexo masculino deveriam fazer uma pausa para refletir sobre as suas técnicas cirúrgicas e aprender com as colegas do sexo feminino. "Como cirurgião, acho que estes dados deveriam fazer-nos parar e pensar porque é que isso acontece", disse, citado pelo The Guardian.



Os números são igualmente fascinantes. 90 dias depois de uma operação, 13,9% dos pacientes operados por cirurgiões do sexo masculino enfrentaram "eventos pós-operatórios adversos", que é, como quem diz, alguns problemas que variam desde complicações médicas a situações que exigem cirurgias adicionais. Enquanto isso, apenas 12,5% dos pacientes operados por cirurgiãs passaram pela mesma situação.

Já, um ano após a cirurgia, os pacientes operados por cirurgiãs continuaram a desfrutar de resultados melhores, com apenas 20,7% a enfrentar eventos pós-operatórios adversos, em comparação com 25% daqueles operados por cirurgiões.


E para que não restem dúvidas, um segundo estudo, realizado na Suécia, confirmou estes dados, especialmente em casos de remoção de vesículas biliares. Os dados mostram que as cirurgiãs suecas operam mais lentamente e evitam mudar de procedimentos durante a cirurgia.


Será que, depois destes dois estudos, podemos mesmo confirmar o título deste texto?




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