O dito popular diz “da Páscoa à Ascensão, quarenta dias vão.“

Na tradição cristã, a quinta-feira da Ascensão celebra a elevação de Cristo aos céus, quarenta dias após a Ressurreição, e marca o fim da sua presença entre os homens.

A contagem dos dias após o Domingo de Páscoa implica que a festa calhe sempre à quinta-feira e, geralmente, no mês de maio, na décima-quarta semana da Páscoa.

O calendário cristão recuperou e cristianizou muitas das festas pagãs dos celtas e dos romanos, relacionadas com as estações do ano e com as colheitas, conferindo-lhes um novo cariz religioso.

Foi o que aconteceu com a 5.ª feira da ascensão, celebrada no dia da espiga, a festa do renascimento da natureza pela primavera, após o inverno, antecipando as primeiras colheitas.
Segundo a tradição, este é o dia em que se vai ao campo para colher o Ramo da Espiga - um símbolo de sorte e de prosperidade que se leva para casa pela porta principal até ser substituído no ano seguinte por um novo ramo.
O ramo deve incluir 6 plantas e flores simbólicas: Espiga, Papoila, Malmequer, Oliveira, Alecrim e Videira.



As espigas devem ser sempre em número ímpar e são a parte mais importante do ramo. Podem ser de trigo, centeio, aveia ou qualquer outro cereal e simbolizam o pão, como a base do sustento da família, e a fecundidade.

A papoila, cuja cor já sugere o seu significado: o amor.
O malmequer simboliza simultaneamente o ouro e a prata pelas suas cores e, por isso, representa a riqueza.
A oliveira representa a paz e a luz. Esta última porque o azeite alimentava as lâmpadas que iluminavam as casas.
O alecrim, por ser uma planta resistente, simboliza a força e a resistência.
Por fim, a videira representa a alegria.

Se achas que terminaram por aqui os simbolismos, enganas-te. Há mais! O ramo deve ser colocado atrás da porta da rua, de um ano para o outro. Tudo pela sorte e prosperidade.