Cristiano Ronaldo é, para muitos, um exemplo a seguir no que toca a trabalho árduo, esforço, dedicação e exigência. É desta forma que o craque português norteia a sua carreira e consegue alcançar os seus objetivos e somar tantos sucessos.


É, por isso, um exemplo para muitos jovens e crianças que querem ser jogadores no futuro e que se inspiram no futebolista português para lutarem pelos seus sonhos.


Foi com esse intuito que, em Calangute, no estado de Goa, se ergueu uma estátua de bronze de Cristiano Ronaldo, inaugurada na madrugada desta quarta-feira. A seleção portuguesa continua a fazer furor por lá, uma vez que existem muitos goeses que têm ascendência portuguesa.


Com cerca de 410 quilos, a estátua, de acordo com o ministro de Goa, Michael Lobo, "é a primeira (...) que surge na Índia" e quer ser uma "imagem inspiradora" para "a nossa juventude".


Mais do que ser uma inspiração para os jovens, a estátua de Cristiano Ronaldo, em Goa, quer também alertar para a necessidade de "treinadores para treinar os rapazes e as raparigas" da região, uma vez que "só por este caminho é que podemos avançar no campo do desporto".



No entanto, apesar de ter um objetivo positivo, a estátua do craque português foi vista por muitos como um símbolo do colonialismo. Sucederam-se alguns protestos com manifestantes anticolonialistas a acusarem as autoridades de esquecerem lendas do futebol local, como o ex-capitão da seleção indiana de futebol, Bruno Coutinho, natural de Calangute.


Muitos habitantes mostraram-se "desapontados", tal como foi o caso de Ricardo D’Souza, dono de um estabelecimento noturno popular em Calangute, que pediu que houvesse mais "orgulho dos nossos próprios ícones, como Samir Naik e Bruno Coutinho".


Outra das vozes de protesto foi a do ativista Guru Shirodka, que recordou que se celebram 60 anos da independência de Goa, antiga colónia de Portugal, e que, por isso, "erguer uma estátua de um futebolista português este ano é um sacrilégio. Condenamos isto. Há muitos lutadores pela liberdade em Goa que foram insultados".


Em resposta aos protestos, o ministro de Goa disse que os opositores à estátua de Cristiano Ronaldo "parecem odiar" futebol e deixou ainda uma mensagem poderosa: "O futebol pertence a todos. Não é dividido por religiões ou castas, mas mesmo assim continuam a opor-se com bandeiras negras. Não posso dizer nada sobre eles".