Foram 19 anos de luta que culminaram nesta decisão: o som do autoclismo é, a partir de agora, considerado uma violação dos direitos humanos, em Itália.


Tudo começou com uma guerra entre vizinhos. Um casal de La Spezia, em Itália, queixava-se do som do autoclismo do vizinho que fazia “ruídos intoleráveis”, segundo cita o jornal Il Giornale, e que não os permitia descansar durante a noite.

Levaram o caso para tribunal e, durante anos, viram a sua queixa desvalorizada. Até que, com recursos e mais recursos, conseguiram a atenção que tanto desejavam.
Um tribunal de recurso ordenou uma investigação para perceber o porquê de o autoclismo fazer tanto barulho. Ora, os proprietários tinham colocado o tanque do autoclismo dentro de uma parede, onde, do outro lado, ficava a cabeceira da cama dos queixosos, explica o Times of London.



O tribunal entendeu que o som do autoclismo, e o facto de ser usado frequentemente, durante a noite, não era bom para a qualidade de vida do casal, e, por isso, violava o direito ao livre exercício dos hábitos diários estabelecidos pela Convenção Europeia dos Direitos do Homem.


Assim, o tribunal ordenou que os proprietários retirassem o tanque da parede e pagassem 500 euros, ao casal, por cada ano desde que o autoclismo foi instalado. Este que parecia ser um fim à vista, caiu por terra com os proprietários do apartamento a recusarem a sentença.
O caso foi levado para o Supremo Tribunal que, citando o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, diz que o autoclismo violava o direito ao respeito pela vida privada e familiar.


Foram 19 anos em tribunais e culminou com esta decisão: o uso deste autoclismo foi considerado pelo Supremo Tribunal italiano como uma violação dos direitos humanos.