Não se deve mentir. Sabemo-lo desde pequenos. Aliás, ouvimo-lo desde crianças. “Mentir é feio!” Pois, só que é mais ou menos inevitável. Quem nunca?! Quem nunca mentiu uma ou outra vez? Chamam-se pequenas grandes mentiras, porque sendo pequenas – achamos nós – podem agigantar-se quando têm de ser alimentadas, até porque – justamente porque são mentiras das pequenas que lançamos para nos safarmos – acabamos por nos esquecer de que as dissemos. Atiramos com uma “pequena” mentira para nos justificarmos, para nos livrarmos, para não magoar alguém, para nos desculparmos e ela acaba por sair quase tão irracionalmente que depois, mais tarde, quem se lembra dela? E é aqui que a “mentira tem pernas curtas”.


Por isso é que, tantas vezes, as pequenas mentiras se podem tornar mentiras grandes. Esquecemo-nos de que as dissemos, na pressão do momento, e depois é todo um tormento.


A verdade é que todos nós pregamos uma mentirinha e estas são as que todos – ou quase todos – já dissemos, pelo menos uma vez!


“Apanhei imenso trânsito”

Quando chegas muito mais tarde do que devias (É basicamente nestas alturas que dá imenso jeito “haver trânsito”)



“O meu telefone está maluco!”

Quando não vês as mensagens ou quando te esqueces completamente de responder a uma mensagem de há uns dias.


“Não vejo televisão!”

Se calhar vês, um bocadinho… ou pelo menos, espreitas, mas é muito provavelmente um guilty pleasure e, na verdade, não queres que saibam que até vês aqueles programas que todos veem e todos dizem que não veem.


“Não és tu, sou eu!”

Este “clássico” não precisa de grandes explicações. Nada melhor do que desviar a atenção para nós, para não magoar o outro que está, entretanto, magoadíssimo(a).


“Adoro! Dá-me imenso jeito!”

Quando recebes um presente de que não gostas, nem te faz qualquer tipo de falta, mas tens de te mostrar agradecido(a) a quem tão simpaticamente te ofereceu o presente.



“Estou quase a chegar!”

A verdade é que não estás exatamente quase a chegar. Estás muito provavelmente a sair, ainda. O que significa que vais levar mais tempo e é nesta altura que entra a mentirinha do trânsito também!


“O e-mail foi para o spam!”

É, não é!? Há e-mails que nunca foram para o spam e que vão de repente! Ui, como dá jeito.


“Estou bem! A sério. Estou bem.”

E os olhos lá deixam mentir?! Os olhos, a expressão, as pregas de tristeza e as marcas de ansiedade estão todas escarrapachadas na cara e ninguém acredita nesta mentira!



“Esqueci-me completamente!”

Na verdade não fizeste o que sabias que devias fazer e passou-te pela cabeça que a outra pessoa não se lembraria também. Só que não! Lembrou-se, pediu-te feedback e lá saltou o “esqueci-me completamente!”


“Não foi muito caro!”

Só que foi um bocadinho 😊 A verdade é que esta mentirinha sai de impulso, mesmo rápido. Digamos que é quase instintivo. Por vezes cola-se a esta ainda um “estava em saldo!”



“Sim, sim, lembro-me perfeitamente de ti…”

A verdade é que não fazes a mais pálida ideia de onde se conhecem ou quando se viram pela última vez. Esta mentira é super embaraçosa para quem a diz e para quem a ouve porque, na maior parte dos casos, fica na cara que quem-se-lembra-perfeitamente-de-ti não se lembrar coisíssima nenhuma e a outra pessoa percebe que "nããã, não me está a reconhecer".


“Não te vi!”

Pois, só que viste mas não te apeteceu “ver”, porque é uma pessoa que vai ficar à conversa durante horas, ou com quem não te dás assim tão bem, ou que te magoou recentemente.


“Não tenho tido tempo nenhum! Estou cheio(a) de trabalho!”

Esta é a mentira perfeita para justificar não telefonares ou não combinares qualquer coisa com alguém. Apesar de muitos estarem de facto ocupados, há também uns quantos que tiveram as suas horinhas de desocupação 😊. Às vezes, o excesso de trabalho tem as costas largas!




“Já li isso há muito tempo! Não me lembro já bem da história”

Quer dizer que não leste! É um clássico da literatura, portanto tinhas de te lembrar! Este livro não foi lido mas queremos que pensem que lemos, porque “este” livro, em específico, basicamente todos leram e admitir que não foi lido não dá mesmo!



“Somos só amigos. A sério!”

Quando vem um “a sério” é quase certo que se segue uma mentirinha. Se assim não fosse, qual a razão para sublinhar que é “a sério” e “de verdade”? Pois, esta é uma ótima mentira quando já “rola um clima” mas ainda não se quer que se saiba, no meio dos amigos ou da família.