Chama-se Quake e leva-te numa máquina do tempo até às ruas de Lisboa de 1755.


O QUAKE já abriu, em Lisboa. O Centro do Terramoto de Lisboa é um espaço único no mundo, onde chegas às ruas de Lisboa de 1755. Aqui, sentes o terramoto e aprendes tudo sobre o antes, o durante e o depois, o surgimento da Lisboa pombalina, da cidade reconstruída e da sociedade “rearquitetada”.

E podes ainda saber muito mais sobre terramotos e sobre a situação sísmica de Lisboa e ainda como te podes prevenir, quando o próximo tremor de terra chegar.

É um espaço muito sensorial. Uma experiência que tens de fazer, em Lisboa.


Ninguém esperava aquele 1 de novembro de 1755. Como se pode esperar o inesperado? Visitando o QUAKE!


1 de novembro de 1755

Estava um dia ameno e tranquilo, em Lisboa, apesar de ser já novembro.

A cidade era ponto de convergência de quase todas as rotas de navegação. Rica em mercadorias, especiarias, sal, açúcar, ouro, prata, madeiras, tecidos e uma perfusão enorme de gentes de todo mundo, de várias raças, religiões, classes sociais. Tudo e todos se misturavam nas ruas.


O frenesim da cidade, entre ruelas, becos e pequenos pátios, acontecia com pregões de “olhaaaaa a carne boa” cortados por gritos de “água vaaaaaaiii” janela fora, com lixos e outros dejetos caseiros. As estreitas ruas da baixa da cidade, um labirinto só conhecido para alguns, de terra molhada e imunda, eram percorridas com afã. No chão, a lama era permanente, mesmo que não chovesse. Tudo ia parar às ruelas da cidade. O cheiro nauseabundo enchia o ar. Azedo, acre, irrespirável. Nobres, comerciantes, povo, escravos, lisboetas, estrangeiros, gente de todo o país e do mundo inteiro… cruzavam as ruas, ruelas e becos num alvoroço próprio de uma manhã de feriado de Todos-os-Santos.


Era dia 1 de novembro de 1755.

Todos os católicos se apressavam, lestos e piedosos, para a missa. As muitas igrejas da baixa lisboeta enchiam-se de crentes para as celebrações do dia de Todos-os-Santos. Lá dentro ardiam várias velas. Muitas. Pela solenidade do dia e porque, naquele tempo, só as velas iluminavam. A luz elétrica estava ainda muito longe de ser inventada. Os comerciantes estrangeiros mantinham-se nas ruas. A sua religião assim o ditava. Nas casas, casebres, palácios, palacetes e no Paço Real, junto ao rio, no Terreiro, os lumes das cozinhas estavam a carburar no máximo. Era dia de almoço especial e os preparativos estavam em curso, intenso e agitado.


Bateram, nas igrejas, as 9 horas.

Todos estavam, sem saber, a momentos de uma tragédia sem igual.




Pouco depois das 9 e meia, todos ouviram um estrondo pesado e fundo. A seguir a terra tremeu. E tremeu de novo. As paredes dobraram. Caíram. Esmagaram.

O fogo das igrejas e dos fogões das casas alastrou. O rio retraiu-se e uma onda enorme engoliu a baixa. A seguir, outra onda. Com elas chegaram madeiras partidas de naus e alimentaram mais o fogo.

Lisboa sucumbia.

Podes sentir isto! Tudo isto! Podes entrar numa máquina do tempo e aterrar em Lisboa de 1755, no dia 1 de novembro. Podes sentir os cheiros, o frenesim da cidade. Podes sentir o violento terramoto de 1755 e podes ainda aprender a esperar o inesperado.