Carros sujos, irritação na garganta e nos olhos, céus que mais parecem ter levado com um filtro de Instagram…


A “poeira do Sahara” tornou-se uma expressão comum nas conversas mais recentes. É que, pelos vistos, ventos mais fortes conseguem trazer poeiras de um deserto que se encontra a qualquer coisa como 12 600 quilómetros de distância. Os avisos à população foram vários e habituamo-nos a ver o fenómeno como algo negativo…

O que ninguém esperava é que estas poeiras tivessem um efeito positivo nos solos do Alentejo!
Perto de Mértola, solos que não eram férteis há mais de 100 anos voltaram a ser usados para cultivo. Os agricultores locais não conseguem conter a surpresa e a felicidade. “O que é que crescia aqui? Só miséria”, disse à RFM Marco Graça, agricultor local. Agora, o tom mudou e a felicidade é mais do que muita: Batatas, cerejas e até alguns pepinos! “Nunca acreditei…!”


Os solos perto de Mértola estão agora a ser alvo de estudo pela AEPA, Agência Espacial de Agricultura, uma entidade europeia que pretende perceber como é que estes solos áridos se tornaram férteis. O objetivo é recolher dados que permitam, no futuro, estabelecer a primeira colónia agrícola em Marte.


O Município acredita que esta nova capacidade agrícola vai trazer riqueza e oportunidades de trabalho a uma região assolada pela desertificação.