Há alguns meses que se falava na possibilidade de empresas portuguesas implementarem a semana de quatro dias de trabalho.


A ideia espalhou-se em outros países, como a Islândia, Espanha e Japão, e, após muita expectativa, está mesmo a chegar a Portugal.


Em maio deste ano, a proposta da semana de quatro dias de trabalho foi lançada na Assembleia da República e os deputados aceitaram estudar esta proposta e criar um projeto-piloto.


Neste momento, é oficial que vai ser implementado o primeiro teste a esta semana já no próximo ano.


Escreve a SIC Notícias que o "projeto-piloto da semana de quatro dias de trabalho arranca em junho de 2023 em empresas privadas voluntárias, com uma duração de seis meses e sem incentivos financeiros públicos, estendendo-se posteriormente ao setor público, se tiver uma 'evolução satisfatória'".



O projeto-piloto da semana de quatro dias vai estender-se, em primeiro lugar, ao setor privado, sendo que o Estado só vai providenciar "suporte técnico e administrativo para apoiar a transição".


No entanto, a experiência, de acordo com a SIC Notícas, que cita o governo, "não pode envolver corte salarial e tem de implicar uma redução de horas semanais".


No que toca às horas semanais, estas não vão ser estipuladas, pelo que "podem ser 32 horas, 34, horas, 36 horas, definidas por acordo entre a gestão e os trabalhadores".


Como é que tudo vai acontecer?


Até janeiro do próximo ano, as empresas interessadas têm de se manifestar e vão acontecer também sessões de esclarecimento para lhes "explicar como vai decorrer o estudo". Em fevereiro, vai dar-se a seleção dos participantes e, entre março e maio, vai ser feita a preparação do projeto-piloto que arranca em junho e prolonga-se até novembro.


Em dezembro, vai decorrer "um período de reflexão" durante o qual "a gestão vai refletir sobre a experiência e determinar se vão manter a nova organização, voltar à semana de cinco dias ou adotar um modelo híbrido".


Do lado das empresas, "o foco genérico vai ser na produtividade, competitividade, custos intermédios e lucros".


A opinião dos trabalhadores das empresas também vai ser tida em conta, uma vez que se vão fazer questionários para medir "os efeitos no bem-estar, qualidade de vida, saúde mental e saúde física, bem como o seu nível de compromisso com a empresa, satisfação com o trabalho e intenção de permanecer na organização".


Em Portugal, existe já uma ou outra empresa que se adiantaram a este projeto-piloto e já o implementaram como é o caso desta, em Torres Vedras.