É a consequência da crise que Portugal já está a enfrentar. Ainda não se atingiu o pico e já há portugueses a verem-se obrigados a roubar alimentos nos supermercados. Segundo o jornal "Expresso", citado pelo "Observador", os roubos de alimentos aumentaram desde setembro e Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), não tem dúvidas: "são roubos para comer". "É o primeiro sintoma de uma grave crise social”, acrescenta ao mesmo jornal.


Esta realidade levou a que vários supermercados colocassem alarmes em bens essenciais como latas de atum, de salsichas, garrafas de azeite, entre outros. O futuro não é animador e prevê-se um aumento deste tipo de furtos. "São pessoas que estão desesperadas e escondem na mala ou no casaco pacotes de leite ou latas de atum para comer ou dar aos filhos”, revela Cláudio Ferreira, presidente da Associação Nacional de Vigilância e Segurança Privada, ao "Expresso".



Na reportagem, é entrevistado ainda um segurança da região do Porto, Edson Alves, que conta que tem apanhado muitos idosos a roubar nos supermercados: “Há pouco tempo vi um idoso a tentar roubar batatas e uma senhora de idade a esconder pastéis de bacalhau no bolso. Quando a abordei, pediu muita desculpa e explicou que tinha fome. E há mulheres com filhos que dizem que já não têm como lhes dar de comer. É muito triste”.