Agora que o fim de ano se aproxima e viramos a “folha” do calendário, apetece perguntar: e se vivêssemos sem calendário?
Imagina o teu mundo sem o tempo ser medido… uma espécie de grande “balda” sem horas, sem semanas e sem meses… Nós, portugueses, íamos se calhar gostar disto. Na verdade, o nosso típico “é mais ou menos por volta das 3 horas” rima na perfeição com uma noção de tempo um bocado indefinida! Só que não!! Temos horas, semanas e meses porque temos um calendário.. que manda totalmente em nós!



Calendário quer dizer “livro de contas” ou “registo” e era usado pelos romanos para assentar os nomes e as quantias que os devedores tinham de pagar aos usurários.

Era hábito pagar as dívidas no primeiro dia de cada mês. A este primeiro dia, os romanos chamavam “calendas”. Muitas das dívidas eram saldadas no primeiro dia de janeiro, nas “calendas de janeiro”.
O calendário não é mais do que uma medição de dias, de forma cíclica e com um número de dias diferente em cada um dos meses para que não sobrem dias nem horas.

No ano 46 aC, o imperador romano Júlio César definiu que o ano tinha 365 dias. Chamou-se calendário juliano e vigorou durante séculos.
Sucede que no século 16, os minutos a mais, que cada ano tinha, somavam já 10 dias a mais no calendário. Esta situação causava grande confusão e desorientação.
O que fazer com um excesso de 10 dias no calendário?



Então o Papa Gregório XIII mandou que simplesmente se apagassem estes 10 dias ao ano de 1582. Determinou ainda que se eliminasse o dia extra dos anos bissextos no final de cada século (1700, 1800, 1900...), ficando estes anos apenas com 365 dias.
Com estas decisões e com estas contas, a diferença entre o ano civil e o ano natural só chegaria a um dia em excesso, em 5000 anos.



Este é o calendário gregoriano que usamos ainda hoje.
Estamos a virá-lo mais uma vez para receber o ano 2018, porque alguém fez contas e mais contas a fim de podermos medir o tempo, dividi-lo e viver dentro “destas medidas” e saber a quantas andamos!