A afirmação é de Mario Sérgio Cartella numa entrevista recente à DW Brasil. Segundo o filósofo e professor universitário brasileiro, a "instantaneidade e conectividade das plataformas digitais potenciam um ambiente em que todos têm alguma opinião sobre algo, mas poucos têm fundamentos refletidos e ponderados para iluminar as suas opiniões".

Cortella entende que o mundo da Web é um território fértil para que o idiota se mostre. Até há poucos anos, o idiota "subia num palanque, numa praça, e discursava para apenas 20 ou 30 pessoas" ou não tinha quem o ouvisse - diz Cortella numa outra entrevista. Hoje, o idiota pode dizer aquilo que quiser num conjunto vasto de plataformas, "inclusivé ser intolerantemente idiota", acrescenta.

Para o pensador social, que tem mais de um milhão de livros vendidos no Brasil, a facilidade de propagação de opinões pouco fundamentadas favorece uma cultura de ódio que é um efeito colateral da democratização dos meios de comunicação. Cortella entende que a web dá ao idiota a sensação de conhecimento e a tribuna para se expressar. Por isso, "todos têm alguma opinião sobre algo, mas poucos têm fundamentos refletidos e ponderados para iluminar as suas opiniões".



Com um discurso sempre divertido, Cortella têm-se especializado em analisar as consequências sociais da web e dos social media. Numa entrevista recente, ao jornalista Marcelo Tas, Cortella critica o uso dos emoticons de uma forma divertida, mas simultaneamente muito objetiva.