A palavra “forrobodó” vem de “FARROBODÓ” e tem origem no nome FARROBO, um nobre português que ficou conhecido por organizar as maiores e mais extravagantes festas do seu tempo, na década de 30 dos anos 1800.

1º Conde de Farrobo e 2º Barão de Quintella, Joaquim Pedro (1801–1869) foi um dos nobres portugueses que atingiu maior influência social e patrimonial digna apenas de reis!

Dono de um império empresarial, que herdou do pai e ampliou, o Conde de Farrobo ou Barão de Quintella tornou-se o maior magnata do século 19, em Portugal.

Em cima do que herdou, criou uma fortuna ainda maior e, entre muitas outras iniciativas, organizava festas tão grandes quanto excêntricas e faustosas. Estes eventos fora do comum acabaram por cair na boca do povo com a expressão “farrobodó” devido às exorbitâncias do Conde de Farrobo.



Foi dono de muitos palácios, quintas e outros espaços, símbolos de poder e por isso quase exclusivos da casa real, pela quantidade, valor e imponência. Entre um vasto património, Farrobo foi dono, por exemplo, da Quinta das Laranjeiras, onde hoje está o Jardim Zoológico de Lisboa.
Diz-se que mandava vir leões, panteras e tigres que exibia em jaulas nesta quinta, que veio, efetivamente, a ser o Zoo de Lisboa.

Era igualmente dono de terrenos no Chiado, onde se veio a construir o Teatro São Carlos. Os terrenos para a edificação do teatro foram simplesmente cedidos pelo próprio Conde de Farrobo em troca de um camarote permanente, mesmo em frente ao da família real. Também aqui, nesta zona da cidade, está o palácio, que lhe pertenceu, em frente ao Largo Barão de Quintella, na rua do Alecrim, em Lisboa.

Diz-se mesmo que as estrelas da calçada do longo passeio, que vem do Cais do Sodré até ao Largo do Chiado, simbolizam os vários milhões que perdeu, mais tarde.

De entre as suas propriedades, constava ainda outro Palácio, agora em ruínas, perto de Vila Franca de Xira, que o Conde de Farrobo melhorou nos anos 30 de 1800. Diz-se que no piso superior deste solar, Farrobo mandou constriu uma pequena réplica do Teatro São Carlos, onde promovia espetáculos, seguidos das excêntricas festas.
A criatividade que o Conde usava para as festas deixavam a sociedade de então literalmente de boca aberta.


Há quem diga que a expressão “forró”, no Brasil, também tem origem em "forrobodó".

As extravagantes festas e o mau negócio, que fez com outro empresário, do seu monopólio do tabaco ditaram a queda de Farrobo que morreu na miséria, acabando com a fortuna, construída ao longo das 10 gerações anteriores.

O Conde de Farrobo ficou também conhecido pela intervenção política e cultural, que teve no seu tempo, apoiando várias iniciativas culturais e foi mecenas de muitos artistas de então.