Começou por ser uma necessidade para poupar energia na altura da primeira guerra, em 1916, mas hoje, a mudança da hora, coloca muitas dúvidas e algumas preocupações.

Segundo especialistas que estiveram a analisar vários estudos realizados em 2017, a mudança da hora, tal como aconteceu este fim de semana, traz riscos como alterações do sono, do estado de ânimo e das capacidades cognitivas como a memória e psicomotoras.
Há mesmo um grupo de consenso sobre o Impacto da Mudança da Hora. Um dos elementos desse grupo é o coordenador da Unidade de Sono do Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa Luis Miguel Meira e Cruz, para quem esta mudança "mesmo numa amplitude aparentemente inofensiva, pode ser um drama real e determinante de problemas irresolúveis" para algumas pessoas e lembrou estudos recentes que, embora controversos, apontam um aumento do número de enfartes. Quando exigimos uma alteração horária repentina esquecemos que os relógios existentes em todas as células do organismo não têm capacidade de se adaptar de imediato".

Há ainda um estudo de 2017 feito pelo neurologista brasileiro Fontenelle Araujo e que envolveu 5631 pessoas, que conclui que cerca de metade das pessoas sente de alguma forma o impacto da mudança da hora. Metade é afectada durante a primeira semana, cerca de um quarto (27%) durante todo o mês e 23% não recupera durante o horário de Verão, sendo as mulheres e os vespertinos aqueles que apresentam mais queixas.