Olhas para a palavra e é francesa. Ouves a palavra e é francesa. Até o gosto parece francês. Folhado, delicado e distinto.
Só que não! O croissant não é francês. É austríaco. A palavra, porém, é de origem francesa! Croissant quer dizer “crescente” e, como se vê, descreve a forma em meia lua do croissant.

E porque falamos nisto? Porque dia 30 de janeiro é o dia internacional do croissant!

Vamos por partes!


A origem


Dizem os estudiosos que a origem deste tipo de pão doce é atribuída aos padeiros de Viena, na Áustria. Era feito com tamanhos diferentes, a forma era em meia lua e chamava-se Kipferl. Diz-se também que o Kipferl era uma receita tipicamente austríaca e feita desde há muito tempo. Parece que no século XIII já existia.



Os padeiros de Viena e a guerra


Sucede que, mais tarde, em 1683, os padeiros de Viena deram uma grande ajuda aos militares no combate ao ataque turco (otomano) à Áustria. Isto porque os padeiros, enquanto trabalhavam, ouviram as tropas turcas a cavarem subterrâneos para entrar na cidade! Assim que se aperceberam deste ataque iminente avisaram os militares austríacos que conseguiram travá-los a tempo. A batalha foi ganha graças à intervenção dos padeiros!



O croissant da vitória



Diz-se, então, que os padeiros recriaram, a partir do Kipferl, um tipo de pão, em forma de meia lua, para celebrar a grande vitória dos Habsburg, numa clara alusão à meia lua presente na bandeira turca.



A mulher que levou o pão da Áustria



Quando a austríaca Maria Antonieta viajou até França, em 1770, para se casar com o rei Luís XVI levou consigo várias tradições e hábitos da sua terra. Entre eles, o famoso pão doce austríaco em forma de meia lua a que os franceses deram, por razões óbvias, o nome “crescente”, ou seja croissant.



É verdade que os franceses, digamos, nunca apreciaram muito a sua rainha austríaca Maria Antonieta. Já dos croissants, não se pode dizer o mesmo!
E diz-se também que alguns franceses chamam, ainda hoje, a este tipo de pão amanteigado de "viennoiserie", de Viena de Áustria.



E a padeira de Aljubarrota...?



E agora dá vontade de perguntar: Onde está o nosso pãozinho de Aljubarrota??? Afinal também a uma padeira se deve a ajuda no feroz combate aos castelhanos, na batalha de Aljubarrota, em agosto de 1385!

Não temos um pão típico de Aljubarrota em homenagem à valente e famosa padeira, Brites de Almeida, que com a sua pá de padeira deu uma boa ajuda na batalha! Mas há tortas de Aljubarrota!



Que te saiba bem o "kipferl-austríaco-turco-croissant" semifolhado, amanteigado, fofo, doce...