Telefones, sofás de aspirina, um anel de noivado gigante, uma burka, um caracol e um urinol forrados de bordado…são algumas das peças que vais poder encontrar nos próximos meses no Porto, em, Serralves na nova exposição de Joana Vasconcelos



A Exposição, organizada pelo Museu Guggenheim de Bilbao, com a Fundação de Serralves, Museu de Arte contemporânea, e Kunsthal Rotterdam, chama-se “I’m Your Mirror” e inclui 35 obras de Joana Vasconcelos, realizadas desde 1997 até hoje.



Para dar nome a esta exposição Joana Vasconcelos inspirou-se na música dos Velvet Underground & Nico “I’ll Be you Your Mirror” do mítico álbum de estreia dos Velvet Underground, lançado a 12 de março de 1967 com uma capa de Andy Warhol que fez com que passasse a ser conhecido com o disco da banana.



"I’ll be your mirror" (Serei o teu espelho) é a música dos Velvet Underground de que Joana Vasconcelos mais gosta: “ por falar das várias identidades que temos dentro de nós ” e a que a inspirou a criar uma enorme máscara veneziana de 2500 quilos formada por mais de 400 espelhos emoldurados.



Aos 46 anos, Joana Vasconcelos, que já foi professora de karaté e porteira da discoteca Lux, é uma das artistas portuguesas de maior reputação internacional.

Joana considera-se "uma artista barroca ” mais próxima do surrealismo do que da pop art e quer ser uma "alquimista da vida quotidiana".

Joana Vasconcelos transforma objetos quotidianos e clichés da sociedade de consumo em obras de arte cheias de significado..



“I’m your mirror” que podes encontrar na Fundação de Serralves até 24 de junho, não é segundo a artista, uma retrospetiva mas sim uma mostra que percorre o seu percurso desde 1997 até hoje, com várias obras inéditas

Quem visitar "I"m your mirror" reencontrará por exemplo a Cama Valium (1998), a Burka (2002) e A Noiva (2001-2005), o Lilicoptère (2012), A Todo o Vapor (2012), ou Call Center (2014-2016).



Entre as obras novas apresentadas nesta exposição, Joana Vasconcelos incluiu vários animais de cerâmica de Rafael Bordalo Pinheiro revestidos de bordados em croché, o urinol Ni te tengo, ni te olvido ( 2017) também revestido a bordado e Finisterra ( 2018) uma das suas “pinturas em croché”.



Nos jardins de Serralves encontras ainda Solitário (2018), um anel de noivado gigante, de três toneladas, feito com jantes de automóveis de luxo e copos de cristal, exposto pela primeira vez em Portugal – uma visão irónica do luxo e do poder de compra.