Num país com boas temperaturas e noites incríveis, como o nosso, e a termos de manter o distanciamento social, o drive-in pode muito bem vir a ser uma solução para voltarmos a assistir a espetáculos, a estar em festivais de música e voltarmos ao clássico “ver filmes debaixo de um céu de estrelas”.


O conceito de drive-in foi uma moda, nos anos 50 e 60, muito forte nos Estados Unidos, que rapidamente se estendeu ao resto do mundo. Só que esta ideia foi “inventada” muito antes.


No início dos anos 30, o americano Richard Milton Hollingshead Jr. colocou no seu próprio quintal, em New Jersey, um projetor no tejadilho do carro e uma tela pendurada numa árvore e assistiu a um filme. Daí a umas semanas, juntamente com os vizinhos, Richard Milton Hollingshead Jr. fez o mesmo mas com vários carros, tentando que nenhum deles tapasse o visionamento do filme. Estava, assim, inventado o drive-in.




Hollingshead Jr patenteou o conceito e o próprio abriu o primeiro cinema drive-in do mundo, em Crescent Boulevard.

Foi um verdadeiro acontecimento e um grande sucesso.

Em pouco mais de uma década, os Estados Unidos estavam cheios de cinemas drive-in. Sucede que, por razões óbvias, ver um filme dentro de um carro num gigante parque de estacionamento, com pouca luz, fez com que rapidamente o “ir ver um filme ao drive-in” significasse ir namorar.

E aquilo que começou por ser uma atividade inovadora e trendy passasse rapidamente a ser conotado com comportamentos menos bem vistos, à luz dos valores sociais daqueles anos. Esta foi uma das razões, dizem, para o princípio do fim do drive-in, associado ao crescente interesse imobiliário, que fez com que o valor dos enormes terrenos e espaços subisse bastante e originasse a boa venda dos mesmos por parte dos seus proprietários.

Acontece que, agora, o conceito de drive-in volta a estar em cima da mesa já que, como sabemos, o distanciamento social nos impede de estarmos – como até aqui – em cinemas, teatros, festivais de músicas e outros espetáculos junto uns dos outros.

Já são inúmeras as várias iniciativas, no mundo do espetáculo, a acontecer na versão drive-in, um pouco pela Europa fora.

Portanto, já faltou, quem sabe, menos para estarmos, de novo, agora nos anos 20 do século XXI, todos dentro dos nossos carros a ver um filme, a assistir a uma peça de teatro, a desfrutar de um espetáculo de ilusionismo ou de humor ou mesmo a vibrar com um concerto ou festival de música.