A questão é antiga. Possivelmente tão antiga quanto a História da humanidade. São inúmeros os estudos feitos, ao longo de anos, para tentar perceber quem se expressa mais por palavras ditas até porque a perceção – errada ou não – é de que são as mulheres que são as mais "palavrosas".

As várias pesquisas percorrem muitas áreas de estudo incluindo a linguística já que, segundo peritos deste território científico, também o tipo de palavras ditas por mulheres e por homens são diferentes.


Parece tudo um pouco inconclusivo uma vez que há pesquisas que apontam para um dos géneros e outras para o outro género. Também vários estudiosos desta matéria acreditam que existe alguma falta de sustento científico em muitos dos ensaios e das análises o que, consequentemente, resulta em falhas nas suas conclusões.

Mais recentemente um estudo juntou várias pesquisas e diz que algumas delas partem do facto de se estereotipar homens e mulheres, de se dizer que são de diferentes “planetas” e de se partir do princípio que o tipo de comunicação de uma mulher é diferente da de um homem. Alguns desses estereótipos são:

- As mulheres falam mais do que os homens
- A comunicação é mais importante para as mulheres do que para os homens
- Os homens falam para fazer as coisas; as mulheres falam para fazer conexões emocionais
- Os homens falam de coisas; as mulheres falam de pessoas, relacionamentos e sentimentos
- Os homens usam a linguagem para informar, preservar a independência e competir para manter o status, enquanto as mulheres usam a linguagem para aprimorar a cooperação, refletindo a sua preferência pela igualdade e harmonia.




Ora devemos pensar nas pessoas como indivíduos, diz Deborah Tannen, e não como categoria “mulher” e categoria “homem”. E nessa medida depende da personalidade do indivíduo e do ambiente em que se encontra e ainda do estatuto que possui num determinado grupo para falar mais ou menos.


Nesta revisão de mais de 50 estudos, a linguísta Deborah James e a psicóloga Janice Drakich encontraram apenas 2 estudos que mostram que as mulheres falam mais do que os homens e 34 estudos que concluem que os homens falam mais do que as mulheres. Outros 16 dizem que as mulheres e os homens falam o mesmo e 4 não encontraram um padrão claro.

Parece, portanto, que nem as mulheres falam mais, nem os homens. Serão as suas personalidades, os ambientes onde estão e ainda o estatuto que cada individuo tem no grupo, na comunidade e na sociedade que definem quão falador é cada um!