Na verdade, é sempre difícil fugir a clichés para explicar este sentimento de ser mãe. É, por isso, um clássico ouvir as mães dizerem que “ser mãe é a melhor coisa do mundo”. E é-o por muitos motivos.

A barriga cresce, o corpo transforma-se, por fora e por dentro, e todo um mundo novo surge para a mulher que tem uma nova vida dentro de si. Tudo muda… até os meses... que passam a ser semanas.

Começa, então, a crescer entre a mãe e o bebé, dentro da barriga, uma “ligação” que não se explica - lá está mais um cliché - que é avassaladora e que se amplifica até àquele dia, à semana “não-sei-quantas”, já que depende de cada mãe, em que uma espécie de mini movimento, rápido e quase impercetível, vindo lá bem do fundo da barriga, dá um sinal e todas sabemos – mesmo quando é a 1ª gravidez – que é “ele”. Ele mexe-se! E sentimos o bebé pela 1ª vez dentro de nós.



Os meses passam – que são semanas, não esquecer! – e o bebé é vida dentro de nós… e um dia vai nascer. A mãe vive com aquela clássica meta “não vejo o dia de o ver cá fora” e responde vezes sem conta à igualmente tradicional pergunta “está previsto para quando?” e está sempre “previsto” para um período de tempo e não para um dia definido. A espera aumenta, forte, ao mesmo ritmo do crescimento da barriga e, um dia, o “dia” vai chegar!

E estes sentimentos todos, estas sensações, este enorme milagre repetem-se, sempre intensos, à 2ª, à 3ª, à 4ª ou à 8ª gravidez. Há mães, ainda que mais raramente nos dias de hoje, que põem muitas vidas no nosso mundo, que o preenchem com esta indizível alegria de dar vida à vida.

Depois, eles nascem e crescem… e um dia dizem “mãe” pela 1ª vez e nós comovemo-nos como quem diz “Ele sabe o meu nome. O meu nome é mãe”.



Depois crescem mais. Tropeçam e caem, na rua e nas vicissitudes da vida. E as mães estão lá.

Batem com a cabeça na esquina e nos obstáculos da vida. E as mães estão lá.

Magoam-se, levantam-se, curam-se… e seguem caminho. E as mães estão lá.

E o nosso coração aumenta. É elástico e tudo o que nos parecia improvável de aceitar, de “deixar fazer”, de permitir vai acontecendo. Eles crescem e saem do ninho – este cliché é mesmo incontornável – ainda que não saiam das nossas casas. Tornam-se homens e mulheres. E as mães estão lá.



Um dia olharão por nós. São eles que estão lá. Os nossos filhos, os nossos eternos “bebés”, aqueles que nos põem um sentimento no coração maior do que ele aguenta, como se vários corações batessem todos ao mesmo tempo dentro do nosso.

Ser mãe é mesmo um sentimento que não se explica.

A todas as mães de 1, de 3 ou de 7, neste dia da mãe, um abraço do tamanho do sentimento que só uma mãe conhece!

E um muito especial a todas as mães que tiveram os seus filhos nestes estranhos anos de 2020 e 2021!