Nos últimos meses da pandemia, nasceu um movimento intitulado de “Médicos de Verdade”, que coloca em causa muitas medidas de restrição impostas pelo Governo, como a utilização de máscara de forma generalizada e a testagem e o isolamento de doentes assintomáticos.


No entanto, a negação da gravidade do vírus e dos efeitos que tem na população pelos “Médicos de Verdade” levou a Ordem dos Médicos a abrir um processo contra este movimento. Assim, as “informações, denúncias, documentação e queixas relacionadas» com esse movimento «e com as ideias por ele propagadas” vão ser investigadas e escrutinadas, tal como avança o Observador.


Na altura da apresentação do movimento “Médicos pela Verdade”, em agosto, um dos fundadores realçou que o “objetivo” passava por “juntar os médicos que estão descontentes com o discurso oficial, que decorre em paralelo com a realidade”. A partir daí, os vários médicos de diversas especialidades, que se juntaram ao movimento, têm utilizado as redes sociais para divulgar as suas ideias, mas também o fazem na imprensa, em forma de artigos de opinião.


Não é só a Ordem dos Médicos que mostra preocupação com as opiniões e ideias contrárias àquilo que tem sido difundido sobre a gravidade da pandemia. Também já no Facebook circula uma carta dirigido à Ordem dos Médicos, onde se alerta para o «perigo» do movimento e das ideias por ele defendidas. O Observador avança ainda que, desde o início do movimento, em agosto, a Ordem dos Médicos recebeu várias queixas contra a informação difundida.


Para os vários elementos do movimento, o processo aberto pela Ordem dos Médicos é visto "de forma positiva" já que, a partir de agora, vão ouvir-se as duas partes.


"Vejo isso como extremamente positivo no sentido de haver um escrutínio daquilo que as pessoas dizem e fazem. Todos os que têm uma opinião contrária estão sujeitos a um certo escrutínio" afirmou um dos médicos do movimento, Joaquim Sá Couto, ao Observador.