Nas conferências do Ministério de Saúde, do Conselho de Ministros, entre tantos outros, existem pessoas que falam para uma comunidade que não ouve, mas que lê através dos gestos. São eles intérpretes de língua gestual, que traduzem aquilo que é dito a quem não os consegue ouvir.



Ao contrário do que muitos pensam, a língua gestual não é universal. E a que é usada em Portugal, por exemplo, foi importada há muitos anos da Suécia.


A Língua Gestual Portuguesa nasceu na primeira escola de surdos, existente na Casa Pia de Lisboa, em 1823, tendo tido como primeiro educador um sueco que trouxe o alfabeto manual.

Este apenas é utilizado quando existe a necessidade de se dizer o nome próprio de alguém, o nome de uma localidade ou uma palavra que não se conhece, pois, regra geral, na comunicação, os surdos não sentem grande necessidade de recorrer ao alfabeto manual, uma vez que os conceitos têm todos gestos correspondentes.

Ainda que o vocabulário da Língua Gestual Portuguesa e da Língua Gestual Sueca seja diferente, o alfabeto das duas línguas revela a sua origem comum.

Aprender língua gestual é como aprender uma língua nova. Cada país tem a sua, e evolui à medida do tempo. Em Portugal, como noutros países, nota-se ainda a existência de diversos regionalismos. Há em todo o mundo diversas línguas gestuais: a ASL (American Sign Language), a BSL (British Sign Language), a LIBRAS (Língua de sinais Brasileira), entre outras. E nenhuma delas nasce da língua oral do seu país, mas antes da história da comunidade surda que a utiliza.


A língua gestual é a língua da inclusão, da proximidade e do amor. Quebrou barreiras na comunicação e permitiu dar palco e expressão a uma comunidade que, ainda hoje, enfrenta, todos os dias, vários obstáculos. Por isso, surgiu o Dia Nacional do Intérprete da Língua Gestual Portuguesa, assinalado a 22 de janeiro, que foi criado, em 1991, quando foi fundada, em Lisboa, a primeira Associação de Intérpretes de Língua Gestual Portuguesa (AILGP).