Estas notícias não são lá muito animadoras, bem sabemos, mas se acontecer mesmo, há que começar a mentalizar-nos.


Um estudo da OCDE estima que, em média, os portugueses vão ser obrigados a trabalhar até aos 72 anos, caso não haja alterações nos próximos 30 anos, a nível demográfico.


Isto é explicado por uma nova investigação, que serviu de base a este estudo da OCDE, que afirma que, em Portugal, a idade da reforma é aquela que mais tem subido ao longo dos anos, em comparação com outras 40 economias também analisadas.



Perante esta realidade, a OCDE alerta para se não houver nenhuma alteração na "estrutura produtiva e demográfica", os portugueses vão ter de se habituar à ideia de trabalhar, em média, mais oito anos além da idade de referência, que, agora, se fixa nos 64 anos, para conseguir manter o peso da população em idade produtiva face à população total.


"Hoje, a idade para trabalhar é geralmente definida como dos 20 aos 64 anos (ou dos 15 aos 64 anos), mas devido à baixa fertilidade e à medida que as populações vão envelhecendo, a proporção dessa população com idades entre 20 e 64 anos diminuirá, enquanto o grupo dos que têm 65 anos ou mais crescerá, pressionando os sistemas de pensões e os níveis de vida" lê-se no documento citado pelo “Diário de Notícias”.


Neste novo estudo, as contas foram feitas e os resultados apontam para um decréscimo acentuado do produto interno bruto, até 2050, sendo que estes resultados são influenciados pelo envelhecimento da população portuguesa, pela quebra na fertilidade e ainda pela falta de perspetivas no que toca à economia a longo prazo.


Para já, Portugal conseguiu prolongar o tempo de vida profissional ou produtiva em cinco anos, mas isso não chega para estabilizar o sistema produtivo, apesar de ser um dos maiores avanços da OCDE.


Se há solução? Há, sim, estratégias a adotar para que este cenário seja diferente e alterado. De acordo com as soluções da OCDE, apresentados pelo "Diário de Notícias", a economia tem de ser ainda mais produtiva ou então deve-se "aumentar a participação das mulheres no mercado de trabalho."


Assim, resumindo, se dentro de 30 anos nada mudar na nossa estrutura produtiva e demográfica, os portugueses só se poderão reformar aos 72 anos ou mais tarde para se conseguir manter o peso da população apta para trabalhar.