É uma questão que divide os pais: dizer ou não às crianças que o Pai Natal existe. Se, por um lado, estamos a contar algo que não é verdade e que pode, mais tarde, vir a causar desilusão na criança, por outro lado é difícil conceder uma infância sem o Pai Natal, que desce pela chaminé, durante a noite, deixa os presentes e, antes de partir, come as bolachas que lhe deixamos.



Para a psicóloga e investigadora Ameneh Shahaeian, os adultos não devem mentir às crianças sobre o Pai Natal. “Quando uma criança pergunta se o Pai Natal é real ou não, já está num nível de desenvolvimento para distinguir o que é real ou ficção” defende numa entrevista à BBC.


O psiquiatra Stéphane Clerget afirma ainda que só devemos dizer às crianças que o Pai Natal não existe se elas perguntarem. Até lá, é deixar as crianças sonhar. “Devemos deixar que a criança perceba por si mesma que é apenas um mito. Se começar a suspeitar e fizer a pergunta, responda que o Pai Natal existe para quem acreditar nele. ‘E tu, acreditas nele?’ O problema tem de ser abordado como uma crença e não uma verdade absoluta”, explicou numa entrevista para a “Paris Match”.

Mentir nunca será uma opção viável, segundo este psiquiatra, uma vez que a criança pode desenvolver “um sentimento de raiva” para com a realidade. Acreditar no Pai Natal permite às crianças viverem o seu imaginário, onde tudo é possível e a magia acontece. É um lugar que traz proteção à criança e que lhe dá as defesas necessárias para enfrentar a realidade, de acordo com Stéphane Clerget. E “incentivar uma criança a acreditar no Pai Natal não significa que estás a mentir”.

O que podemos concluir é: deixar as crianças serem livres nos seus pensamentos e mundos. A seu tempo, vão perceber a realidade que os rodeia.