A cultura é muito mais do que entretenimento. É parte da alma de um povo e de um país. É o nosso bilhete de identidade quando nos mostramos ao mundo.


A pandemia colocou-a em pausa. Fechou teatros, cinemas, livrarias, bibliotecas e cancelou concertos e festivais. Ainda que a funcionar pela metade, ou reduzida a muito pouco, é a cultura que ainda nos salva. Nestes longos meses fechados em casa, é o que nos permite viajar para outras realidades e esquecer, por momentos, o que se passa para lá da porta.

E é também a cultura que pode ser a solução para superarmos a crise económica que a pandemia provocou.



A consultora internacional EY realizou um estudo, encomendado pelo Grupo Europeu de Sociedades de Autores e Compositores (GESAC), que concluiu que a cultura é muito mais do que apenas um setor que pode ajudar a sair da crise. É “o setor” que pode ajudar.


Os dados reunidos por este estudo mostram que as áreas culturais e criativas são um dos “principais promotores de emprego na Europa”:

  • Empregam mais de 7,6 milhões de pessoas, oito vezes mais do que a indústria das telecomunicações;

  • Antes da pandemia, este setor crescia a um ritmo mais acelerado do que a média da União Europeia;

  • Só em 2019, a cultura representou 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) da UE, com receitas de 643 mil milhões de euros e um valor acrescentado total de 253 mil milhões de euros;

  • Desde 2013, que as indústrias culturais e criativas cresciam a um ritmo acelerado, “fazendo sobressair o estatuto da UE como uma potência cultural na economia mundial”;

  • Só em exportações de bens culturais, lucrou-se mais de 28,1 mil milhões de euros, em 2017;



Agora, com a pandemia, a cultura foi uma das áreas mais afetadas - mais do que a indústria do turismo e automóvel - e muito por ser considerada uma “atividade não essencial”.


O estudo quer inverter esta ideia preconcebida e mostrar a “contribuição fundamental das áreas culturais e criativas para a economia em geral e o seu potencial para ajudar a UE a sair da crise”.

E isso passa muito por reinvestir nas indústrias culturais.
São milhões de pessoas que se viram privadas de trabalhar. Muitas não recebem desde o início da pandemia. A cultura é vital e dependemos todos dela!