Vasco Sacramento, produtor, manager, diretor da "Sons em Trânsito" (agência que representa nomes como, António Zambujo, D.A.M.A, Pedro Abrunhosa e Carolina Deslandes, entre muitos outros), promotor de festivais e espetáculos como o mega evento de solidariedade “Juntos por todos” e atual detentor da concessão da sala de espetáculos Capitólio, em Lisboa, foi recentemente um dos participantes no primeiro "RFM Sumeet" no nosso auditório
A propósito da eleição da“Maior banda pop portuguesa de todos os tempos”, a decorrer aqui em rfm.sapo.pt., falámos dia 21 de outubro, em direto no Facebook e Youtube da RFM, sobre: “Bandas: Uma espécie em vias de extinção?”.
Numa conversa muito animada com Daniel Fontoura e Teresa Lage da RFM, em que participaram também dois músicos, membros de bandas – Miguel Ângelo, dos Delfins e Resistência e Tiago Nogueira, dos Quatro e Meia e o ex-editor e atual radialista David Ferreira que podes ver e ouvir aqui, Vasco Sacramento falou-nos um pouco da sua experiência como manager, produtor.
Ao longo deste "RFM Sumeet", o diretor da "Sons em Trânsito" contou-nos a história do primeiro grupo pelo qual se apaixonou e que o fez tornar-se manager, falou das relações entre os músicos de uma banda, dos artistas de ”talent shows”, da fama, do dinheiro e dos intermediários que podem levar um músico à desgraça, do papel, cada vez menos valorizado, dos músicos, da ditadura do visual, dos novos festivais e, claro, daquela ou aquelas que são para si "as maiores bandas pop portuguesas de todos os tempos".
Hoje, a “Sons em Trânsito” de que é diretor, agencia muitos mais artistas a solo do que bandas
Em relação a esta nova realidade, Vasco Sacramento diz:
(23'.29'') “Hoje passámos da garagem para o quarto, de uma coisa comunitária, de reunir os amigos para uma coisa que muitas vezes é solitária. Qualquer pessoa com um computador consegue compor, produzir e divulgar a música. O papel dos intermediários está um bocadinho desaparecido”.
Os “talent shows”, nomeadamente o “The Voice”, transformaram-se numa rampa de lançamento para quem quer aparecer e isso faz com que o caminho para as bandas esteja mais dificultado.
(27’53'') “O papel do músico está a perder assustadoramente relevância… que é uma coisa que a mim me incomoda bastante. Eu vejo grandes espetáculos internacionais que enchem arenas em que parece que já não é preciso ter músicos, músicos que dantes nos fascinavam com as suas prestações em palco, como o Flea, dos Red Hot Chilli Peppers... Hoje em dia dá-se quase maior relevo aos bailarinos. Vejo grande produções em que, no fundo, estamos a ver um karaoke.”
Para o diretor da Sons em Transito…
(29'.06“) "A ditadura do visual é uma grande ditadura que a música enfrenta.”
A cultura dos artistas a solo e das carreiras mais instantâneas fazem também, na sua opinião, com que os festivais venham a sofrer alterações nos próximos tempos. Uma banda com uma longa carreira recheada de sucessos consegue mais facilmente encher um estádio do que um músico vindo de um “talent show” com uma carreira mais efémera.
(34´19´´) “A tendência num futuro próximo será que não surjam mais festivais gigantes, mas surjam cada vez mais festivais de média e pequena dimensão, porque não vai haver mercado para a alimentar os festivais gigantes. Muito dos “headliners” dos grandes festivais de hoje já têm 20, 25 anos de carreira”
Nesta conversa na RFM a propósito da eleição da “Maior banda pop portuguesa de todos os tempos", Vasco Sacramento contou também como começou como manager por se ter apaixonado por uma banda:
(49'.38'') “Em 2007, depois de uma conversa deste género, na FNAC do Chiado, vi um “showcase” de uma banda e fiquei apaixonado. Passados 4 ou 5 dias eles convidaram-me para ser manager deles e foi a primeira banda e o primeiro artista com que trabalhei - os Deolinda. Fui agente deles durante toda a vida dos Deolinda até à extinção do grupo. Quando os conheci e comecei a trabalhar com eles percebi que há uma coisa que acontece nas bandas que é quase como um encontro cósmico. Aquelas pessoas encontraram-se num determinado momento e aquilo faz todo o sentido”
Do seu contacto privilegiado com esta e muitas outras bandas Vasco Sacramento diz:
(53'.00'') “A relação entre os membros de uma banda é um casamento. Andar em tournée é uma coisa violenta do ponto de vista físico, emocional e cria um desgaste. Por isso é natural que o prazo de vida das bandas seja mais curto que o de uma carreira a solo”
Na sua opinião, um dos seus maiores problemas como manager é gerir egos e controlar as "cortes" que rodeiam os músicos que podem dar cabo das suas carreiras.
(1h.05'10'') “A gestão de egos é o maior desafio na minha atividade”
(1h05'52'') “A fama é inebriante. O dinheiro é inebriante. Quantos artistas é que já não desgraçaram os seus patrimónios porque alguém lhes propôs abrir um restaurante?”
O diretor da "Sons em Trânsito" acha que subir a um palco é, para qualquer artista, um grande risco. Num dia um músico pode ser aplaudido por multidões e semanas depois, sem, nenhuma razão óbvia, estar a tocar para uma sala vazia!
(1h.09'.35'') “O público é altamente infiel”
No final deste primeiro "RFM Sumeet", claro que quisemos saber qual era para Vasco Sacramento “A Maior banda pop portuguesa de todos os tempos”?
Para descobrir a resposta... avança até ao minuto 1h 15´29´´ e vê se concordas! Vê e ouve este "RFM Sumeet" na integra aqui e descobre muitas mais histórias
E já agora vota aqui naquela que é pra ti “A Maior banda pop portuguesa de todos os tempos”!