Imagina que estás num jantar ou num evento e há um último croquete em cima da mesa a sorrir para ti. Olhas à tua volta, e as pessoas parecem entretidas na conversa. Pensas duas vezes antes de tirá-lo com algum receio de passar má imagem, mas a verdade é que o último croquete está ali e, aparentemente, ninguém o quis.


Mal dás por ti já estás a pegar no croquete e a comê-lo. E a sensação com que ficas é que metade das pessoas presentes olharam para ti e te viram a tirar o último croquete da mesa.

Porque é que temos tanta vergonha ou receio de tirar o último pedaço de comida? Quantas vezes já deste por ti na mesma situação? E muitas são as vezes em que decides não ceder ao impulso e depois te arrependes porque vês que ninguém tomou a iniciativa e tu podias simplesmente ter desfrutado da última fatia de pizza, ou da última bolacha.

Vários especialistas já se debruçaram sobre este fenómeno - sim, porque tu não és o único a viver isto - e as conclusões dizem-nos que, por norma, agimos segundo a “norma de igualdade”, ou seja, ninguém deve receber mais do que a sua parte.



E quando há mais pessoas do que comida, tornamo-nos extremamente conscientes dessa norma. Temos medo de parecermos gananciosos. Depois há um outro fenómeno em jogo. Segundo um estudo, divulgado pelo Journal of Experimental Social Psychology, quanto menos oferta há de uma determinada coisa, neste caso um pedaço de comida, mais as pessoas querem tê-la. Porém, isso não significa que achemos que temos direito ao mesmo.


A cortesia e a empatia levam-nos a ter receio de levar o último pedaço de comida e muitas vezes ficamos só a olhar.