Com apenas 41 dias de vida, Tony Hudgell começou a ser maltratado e torturado pelos próprios pais. As agressões foram tão graves que o menino chegou ao hospital "com falência de vários órgãos, inúmeras fraturas e uma septicemia (infeção generalizada)", de acordo com o Jornal de Notícias.
Os sucessivos episódios de violência e de maus-tratos fizeram com que o menino perdesse as duas pernas, após várias semanas no hospital. Os pais biológicos acabaram condenados, em fevereiro de 2018, a dez anos de prisão, e Tony Hudgell foi adotado por uma família que sempre lutou por justiça.
E, neste momento, a justiça foi feita! Os pais adotivos do menino, Paula e Mark Hudgell, viram, esta segunda-feira, aprovada a "Lei de Tony", que dita que qualquer pessoa que causa ou permite a morte de uma criança ou um adulto vulnerável a seu cargo passa a enfrentar prisão perpétua em vez de 14 anos, no Reino Unido.
Já no País de Gales, foi também aprovada uma lei, em março deste ano, que proíbe "punir ou castigar uma criança fisicamente através de uma palmada, um abanão, ou um puxão de orelhas".
A história de Tony Hudgell, agora com sete anos, serviu de base a esta alteração penal para crimes cometidos contra crianças.
A alteração aprovada por Dominic Raab, ministro da Justiça e vice-primeiro-ministro britânico, entra em vigor esta semana e, de acordo com o próprio, "esta é uma homenagem a Tony e aos seus pais adotivos, Paula e Mark".
A mãe, Paula Hudgell, e Tony estiveram em direto na BBC, onde se mostraram felizes por esta conquista.
Recuando no tempo, a mãe adotiva de Tony contou, em 2019, que "estava preocupada que ele estivesse demasiado frágil, mas decidimos amá-lo e protegê-lo". Após uma semana numa família nova, Tony passou a sorrir e, pouco tempo depois, os pais decidiram começar a lutar por todas as crianças vítimas de abusos.
Neste momento, celebram juntos esta conquista e, de acordo com a mãe, "Tony mudou, sem dúvida, as nossas vidas e é uma alegria tê-lo por perto".