É no seu atelier em Aboim da Nóbrega, Vila Verde, que a magia acontece. Fernando Rei é tecelão e, entre a criação de peças ligadas ao folclore tradicional, ajuda também a dar vida a peças de luxo de designers de renome, como Christian Louboutin.
Tal como conta à NiT, tudo começou num encontro que tiveram, através de um mediador, em 2018, numa feira de artesanato, em Lisboa. Fernando Rei conheceu Louboutin, que visitou o seu tear e elogiou o seu trabalho. Esse foi o mote para o início de uma boa - excelente - relação profissional e que já deu alguns frutos.
Em 2019, Louboutin decidiu homenagear Portugal com a mala Portugaba, cujo valor ascende os 1600 euros, e pediu ajuda a Fernando Rei para a concretizar. Desde então que o tecelão já ajudou o designer francês a criar várias peças. Depois das malas Portugaba, fez tecidos para outras peças e está a ajudar Louboutin no seu novo hotel, em Melides.
O extenso currículo poderia ser um forte indicador de uma longa carreira no tear, mas não. Segundo conta à NiT, Fernando Rei dedicou-se a esta arte, em exclusivo, apenas em 2015, depois de ter perdido o seu emprego, como animador cultural.
Apesar do tear fazer parte da sua família, e de as máquinas o fascinarem, o agora tecelão nunca tinha despertado muito interesse por esta profissão até ao momento em que o convidaram para uma formação em tecelagem, quando ainda estava a terminar o mestrado. Depressa se apaixonou pelo tear e, ao longo do tempo, paralelamente com o seu trabalho, fez novas formações e especializou-se na área.
Fernando Rei só precisava do pretexto perfeito para fazer desta arte vida e foi quando se viu sem trabalho que decidiu criar a sua própria empresa, a Tearte, e fazer do tear o seu ganha-pão.