Sua Santidade o Papa emérito Bento XVI faleceu, na manhã deste sábado, dia 31 de dezembro, às 9h34, tal como informou a Santa Sé.

O Vaticano anunciou a morte do Papa Bento XVI através do Twitter.


Joseph Ratzinger nasceu numa pequena aldeia da Baviera, Marktl am Inn, no dia 16 de Abril de 1927 (Sábado Santo), e foi batizado no mesmo dia. O seu pai era comissário da polícia, por isso, passou a sua infância e adolescência em Traunstein, perto da fronteira com a Áustria e foi neste ambiente, por ele próprio definido «mozarteano», que recebeu a sua formação cristã, humana e cultural.


O período da juventude não foi fácil.


Naqueles tempos, o regime nazi mantinha um clima de grande hostilidade contra a Igreja Católica… precisamente quando o jovem Joseph descobria a sua vocação. Nos últimos meses da II Guerra Mundial, foi obrigado a integrar os serviços antiaéreos nazis. No final da guerra, voltou para o Seminário e foi ordenado padre em 29 de Junho de 1951.


Um ano depois, começou a ensinar na Escola Superior de Freising. Em 1953, doutorou-se em teologia com uma tese sobre Santo Agostinho. Foi professor de teologia em várias faculdades e, em 1969, passou a catedrático na Universidade de Ratisbona, onde ocupou também o cargo de Vice-Reitor.


Foi perito no Concílio Vaticano II. Em 1977, Paulo VI nomeou-o Arcebispo de Munique e Freising. O lema que então escolheu para bispo, acompanhá-lo-ia depois, como Papa: «Colaborador da verdade». E escolheu este lema, segundo explicou, “porque no mundo atual, omite-se quase totalmente o tema da verdade, parecendo algo demasiado grande para o homem; e, todavia, tudo se desmorona quando falta a verdade».


Foi eleito Cardeal em 27 de Julho de 1977 e, em 1981, João Paulo II nomeou-o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Foi também responsável pelo novo Catecismo da Igreja Católica.


Eleito Papa no Conclave de 2005, com 78 anos, escolheu o nome de Bento XVI, por admirar os esforços de paz de Bento XV e ter como referência São Bento, pai do monaquismo e padroeiro da Europa.


Realizou 24 viagens pastorais fora de Itália, entre as quais a Portugal, publicou 3 encíclicas, respectivamente, sobre o amor em 2005 (Deus caritas est), a esperança em 2007 (Spe Salvi) e a caridade em 2009 (Caritas in Veritate) e escreveu, como teólogo, três volumes sobre Jesus Cristo.


O seu pontificado não foi isento de controvérsias, sobretudo quando se descobriu que o seu mordomo, durante seis anos, divulgou documentos reservados que viriam a ser publicados em livro.


Em fevereiro de 2013, Bento XVI surpreendeu o mundo ao resignar.


Ratzinger justificou a sua decisão por já não ter forças “para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho”.


O Papa emérito passou a viver no Mosteiro “Mater Ecclesiae”, situado nos jardins do Vaticano e dedicou o resto da sua vida à oração, reaparecendo poucas vezes nalgumas cerimónias do Vaticano, a convite do Papa Francisco. Na última entrevista que deu, já emérito, Bento XVI disse preparar-se para a morte e que pedirá ao Omnipotente indulgência para a sua miséria.


No dia 19 de abril de 2005, a praça de São Pedro, repleta de fiéis, aplaudiu o novo Papa. Na varanda da Basílica de São Pedro, Joseph Ratzinger, acabado de ser eleito, e com o nome de Bento XVI, formulou as primeiras palavras como sucessor de Pedro.


Eleito com 78 anos de idade, num dos conclaves mais rápidos da história da Igreja, Bento XVI nunca escondeu que a sua eleição para a cátedra de Pedro foi acompanhada de sacrifícios. Disse-o aos seus compatriotas alemães, mal foi eleito, e viria a repeti-lo diversas vezes – uma dessas ocasiões, foi na Praça de São Pedro, dirigindo-se aos jovens.


Realizou 24 viagens pastorais fora de Itália, entre as quais a Portugal, publicou 3 encíclicas, respetivamente, sobre o amor em 2005 (Deus caritas est), a esperança em 2007 (Spe Salvi) e a caridade em 2009 (Caritas in Veritate) e escreveu, como teólogo, três volumes sobre Jesus Cristo.


O seu pontificado não foi isento de controvérsias, sobretudo quando se descobriu que o seu mordomo, durante seis anos, divulgou documentos reservados que viriam a ser publicados em livro.


Na última entrevista que deu, já emérito, Bento XVI disse preparar-se para a morte e que pedirá ao Omnipotente indulgência para a sua miséria.




(Texto: Aura Miguel)