Esta madrugada foi de Óscares e foram alguns os momentos que merecem ser destacados. Para além do glamour da passadeira vermelha, em que as celebridades desfilam as criações que escolheram para este grande evento - deixamos isso para os gurus da moda - houve outros momentos que vão ficar para a memória. Como o momento em que a Lady Gaga ajudou um fotógrafo a levantar-se, depois de uma aparatosa queda, ou quando a cantora subiu ao palco dos Óscares sem maquilhagem e com uma roupa casual, ou até o porquê de a passadeira vermelha não ser mais vermelha e ser agora cor de "champagne".
Vamos ao primeiro momento. Durante a passagem pela passadeira, Lady Gaga estava rodeada de fotógrafos. Um deles, ao passar por detrás do seu vestido, acabou por tropeçar e cair. Lady Gaga não pensou duas vezes e virou-se para trás para ajudá-lo. O momento mereceu um grande destaque nas redes sociais, com várias pessoas a elogiar a atitude da artista.
Este não foi o único momento em que Lady Gaga surpreendeu. Sem que ninguém o esperasse, a cantora subiu ao palco dos Óscares para uma atuação surpresa de "Hold My Hand", da banda sonora de "Top Gun: Maverick".
Lady Gaga tinha cancelado a atuação por falta de tempo por estar a filmar "Joker: Folie à Deux", onde interpreta a personagem Harley Quinn. Mas eis que, para surpresa de todos os que assistiam à cerimónia, Lady Gaga surge em palco e de uma forma muito minimalista. Sem maquilhagem e com uma roupa casual - calças rasgadas e uma t-shirt preta -, Lady Gaga deu tudo, não só na interpretação da canção, como no discurso no início da atuação.
Foi uma atuação forte e carregada de simbolismo.
Se viste a cerimónia de certeza que reparaste na ausência da famosa passadeira vermelha que deu lugar a uma passadeira "champagne", como descreve a própria organização. Foi uma mudança histórica, já que há 60 anos que a cor da passadeira não era mudada.
Este era um problema identificado há alguns anos. O desafio dos diretores criativos era criar um ambiente noturno, para criar a ilusão de que a cerimónia começasse à noite. "Isto sempre foi um problema desde o início: os Óscares começam muito cedo, com sol e calor, mas estão todos vestidos para um evento noturno, por isso era necessário fazer alguma coisa", explicou Lisa Love.
Ainda assim, Lisa Love refere à Associate Press que a decisão de mudar a cor da passadeira de encarnado para champanhe poderá ser revertida em edições futuras e frisou que faz sentido continuar a chamar de red carpet - ou passadeira vermelha - porque é a expressão que designa "o momento da chegada dos nomeados aos espetáculos".
Estes foram os vencedores dos Óscares 2023:
Melhor filme
- “A Oeste Nada de Novo”
- “Avatar: O Caminho da Água”
- “Os Espíritos de Inisherin”
- “Elvis”
- “Tudo em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo” , vencedor
- “Os Fabelmans”
- “Tár”
- “Top Gun: Maverick”
- “Triângulo da Tristeza”
- “A Voz das Mulheres”
Melhor ator
- Austin Butler, “Elvis”
- Colin Farrell, “Os Espíritos de Inisherin”
- Bill Nighy, “Living”
- Brendan Fraser, “A Baleia”, vencedor
- Paul Mescal, “Aftersun”
Melhor atriz
- Cate Blanchett, “Tár”
- Ana de Armas, “Blonde”
- Andrea Riseborough, “To Leslie”
- Michelle Yeoh, “Tudo em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo” , vencedor
- Michelle Williams, “Os Fabelmans”
Melhor realização
- Martin McDonagh, “Os Espíritos de Inisherin”
- Daniel Kwan, Daniel Scheinert, “Tudo em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo”, vencedor
- Todd Field, “Tár”
- Steven Spielberg, “Os Fabelmans”
- Ruben Östlund, “Triângulo da Tristeza”
Melhor edição
- “Os Espíritos de Inisherin”, Mikkel E.G. Nielsen
- “Elvis”, Jonathan Redmond, Matt Villa
- “Tár”, Monika Willi
- “Tudo em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo”, Paul Rogers, vencedor
- “Top Gun: Maverick”, Eddie Hamilton
Melhor canção original
- “Applause” de Diane Warren por “Tell It Like a Woman”
- “Hold My Hand” de Lady Gaga, BloodPop por “Top Gun: Maverick”
- “Lift Me Up” de Tems, Ludwig Göransson, Rihanna e Ryan Coogler por “Black Panther: Wakanda Para Sempre”
- “Naatu Naatu” de Kala Bhairava, M. M. Keeravani, Rahul Sipligunj por “RRR”, vencedor
- “This Is A Life”, de Ryan Lott, David Byrne, Mitski por “Tudo Em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo”
MELHOR SOM
- “A Oeste Nada de Novo”
- “Avatar: O Caminho da Água”
- “The Batman”
- “Elvis”
- “Top Gun: Maverick”, vencedor
Melhor argumento adaptado
- “A Oeste Nada de Novo”, Edward Berger, Lesley Paterson
- “Glass Onion”, Rian Johnson
- “Living”, Kazuo Ishiguro
- “Top Gun: Maverick”, Peter Craig, Justin Marks, Ehren Kruger, Eric Warren Singer, Christopher McQuarrie
- “A Voz das Mulheres”, Sarah Polley, vencedor
Melhor argumento original
- “Os Espíritos de Inisherin”, Martin McDonagh
- “Tudo em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo”, Daniel Kwan, Daniel Scheinert, vencedor
- “Os Fabelmans”, Tony Kushner, Steven Spielberg
- “Tár”, Todd Field
- “Triângulo da Tristeza”, Ruben Östlund
Melhores efeitos visuais
- “Avatar: O Caminho da Água”, vencedor
- “A Oeste Nada de Novo”
- “The Batman”
- “Black Panther: Wakanda Para Sempre”
- “Top Gun: Maverick”
Melhor banda sonora original
- “A Oeste Nada de Novo”, Volker Bertelmann, vencedor
- “Babylon”, Justin Hurwitz
- “Tudo em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo”, Son Lux
- “Os Espíritos de Inisherin”, Carter Burwell
- “Os Fabelmans”, John Williams
Melhor direção de arte
- “Babylon”
- “Os Fabelmans”
- “A Oeste Nada de Novo”, vencedor
- “Avatar: O Caminho da Água”
- “Elvis”
Melhor curta-metragem de animação
- “The Boy, the Mole, the Fox, and the Horse”, vencedor
- “The Flying Sailor”
- “Ice Merchants”
- “My Year of Dicks”
- “An Ostrich Told Me The World Is Fake And I Thing I Believe It”
Melhor curta-metragem documental
- “The Elephant Whispereres”, vencedor
- “How Do You Measure A Year”
- “The Martha Mitchell Effect”
Melhor filme internacional
- “A Oeste Nada de Novo” (Alemanha), vencedor
- “Argentina, 1985” (Argentina)
- “Close” (Bélgica)
- “EO” (Polónia)
- “The Quiet Girl” (Irlanda)
- “Turning Red”
Melhor guarda roupa
- “Elvis”
- “Mrs. Harris vai a Paris”
- “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo”
- “Babylon”
- “Black Panther: Wakanda para Sempre”, vencedor
Melhor maquilhagem e cabelos
- “A Oeste Nada de Novo”
- “Black Panther: Wakanda Para Sempre”
- “The Batman”
- “A Baleia”, vencedor
- “Elvis”
Melhor fotografia
- “A Oeste Nada de Novo”, James Friend, vencedor
- “Bardo, Falsa Crónica de umas Quantas Verdades”, Darius Khondji
- “Elvis”, Mandy Walker
- “Empire of Light”, Roger Deakins
- “Tár”, Florian Hoffmeister
Melhor curta-metragem de imagem real
- “An Irish Goodbye” , vencedor
- “Ivalu”
- “Le Pupille”
- “Night Ride”
- “The Red Suitcase”
Melhor documentário
- “All That Breathes”
- “Toda a Beleza e Carnificina”
- “A House Made of Splinters”
- “Fire of Love”
- “Navalny” , vencedor
Melhor atriz secundária
- Angela Bassett, “Black Panther: Wakanda Para Sempre”
- Hong Chau, “A Baleia”
- Kerry Condon, “Os Espíritos de Inisherin”
- Stephanie Hsu, “Tudo em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo”
- Jamie Lee Curtis, “Tudo em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo”, vencedor
Melhor ator secundário
- Brian Tyree Henry, “Causeway”
- Judd Hirsch”, Os Fabelmans”
- Barry Keoghan, “Os Espíritos de Inisherin”
- Brendan Gleeson, “Os Espíritos de Inisherin”
- Ke Huy Quan, “Tudo em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo” , vencedor
Melhor filme de animação
- “Pinóquio de Guillermo del Toro” , vencedor
- “Marcel the Shell with Shoes On”
- “Gato das Botas: O Último Desejo”
- “The Sea Beast”
- “Turning Red”
Esta ficará também para sempre recordada como a cerimónia em que um português foi nomeado pela primeira vez na história. João Gonzalez concorria por uma estatueta dourada com a sua curta-metragem de animação "Ice merchants". Apesar de não ter ganho, este não deixa de ser um grande momento na história do cinema português.