Comer uma obra de arte avaliada em mais de 100 mil euros não é uma coisa que se vê todos os dias. Este jovem teve essa proeza e virou notícia.

Uma ida ao Museu de Arte de Leeum, em Seul, abriu-lhe o apetite e ele não foi de modas. Pegou numa das obras de arte e comeu-a.


A peça exposta era, nada mais nada menos, do que uma banana colada na parede com fita-cola, e fazia parte da instalação artística "Comedian", do artista italiano Maurizio Cattelan. Num vídeo publicado pela emissora coreana KBS, o estudante de arte da Universidade Nacional de Seul, Noh Hyun-soo, é visto a tirar a banana da parede e a comê-la. Depois, colocou a casca novamente na parede com a fita-cola.


Se se arrependeu deste gesto? A resposta que deu à KBS, citado pelo The Washington Post, diz muito: "Achei divertido. Danificar uma obra de arte também pode ser visto como uma obra de arte em si".

"Fiz por diversão. Afinal, eles não colocam a banana na parede para comer?" A verdade é que o museu substitui a banana a cada dois ou três dias para que não apodreça. O estudante teve sorte, pois o artista já reagiu publicamente e disse, citado pelo The Guardian, que não havia problema.



Este não é o primeiro episódio em que alguém ousa comer uma peça de arte. Segundo o The Washington Post, em 2019, em Miami, o artista David Datuna comeu a banana que estava exposta na Feira Art Basel, e também avaliada em mais de 100 mil euros. A primeira edição foi vendida por 109.300 euros e a segunda por 136.700 euros.

David Datuna decidiu comer a peça de fruta em forma de protesto: "Viajei por 67 países do mundo nos últimos três anos e vi como as pessoas vivem. Milhões estão a morrer sem comida. Então ele coloca três bananas na parede por meio milhão de dólares?", questionou Datuna na época.


A arte do italiano Maurizio Cattelan tem gerado alguma polémica. Para alguns críticos, o trabalho dele é preguiçosamente simples, para outros, é austero ou irónico. Antes das bananas, também deu que falar como a sanita de 28 quilates de ouro, avaliada em quase um milhão de euros, que expôs no museu Guggenheim, e que foi roubada em 2019. Quando foi questionado sobre a sanita, pelo The Washington Post, na época, Cattelan disse numa rara entrevista por telefone: "Qual é o sentido da nossa vida? Tudo parece absurdo até morrermos".