O dia 9 de maio ficará para sempre marcado na memória de um homem, natural de Alcáçovas, em Viana do Alentejo. Trata-se de Luís Abranja, que, de forma inesperada, caiu dentro de um poço de oito metros.
Aqueles poderiam ter sido os seus últimos momentos, mas quis a sua força, esperança e preservança que acontecesse o oposto.
Tudo aconteceu durante a manhã de dia 9 de maio, num terreno em Alcáçovas, onde Luís Abranja estava a fazer obras com um amigo. Avistou uma placa que cobria um poço e pensou que fosse mais dura do que, realmente, era. Acabou por perceber isso mesmo quando caiu para dentro do poço.
O amigo que o acompanhava foi, de imediato, pedir ajuda, mas os 45 minutos que se seguiram foram de grande aflição para Luís Abranja. Ao telefone com a TVI, este alentejano contou que pensou "que ia morrer" e "acredita que foi a vontade de viver que o salvou".
Durante o tempo em que esperava ajuda, Luís Abranja contou que "tentava bater as pernas para ficar quente, (...) a água do poço parece que puxa a gente para o fundo". "O tempo de espera aumenta e o desespero começa a dominar. Nunca mais ouvia as sirenes dos bombeiros, estava num desespero", contou, em declarações à TVI, tendo dito ainda que pensou que "se não me tirarem daqui vou morrer".
Sem dúvidas, afirmou que "este foi um dos piores dias dos seus 42 anos de vida".
Após largos minutos de aflição, a ajuda, finalmente, chegou! A GNR e alguns vizinhos, a par do seu amigo, que foi "um grande apoio", esforçaram-se para resgatar Luís Abranja.
A par de uma corda que o homem enrolou ao seu corpo, durante 40 minutos para se manter suportado, e uma outra que tinha um "ferro com um formato de S", lançada pela GNR, o homem teve de escolher entre largar aquela "que [lhe] estava a dar segurança para apanhar a outra", sendo que "num segundo, [prendeu] no cinto, atrás nas calças, o gancho".
Os vizinhos e a GNR formaram, então, um cordão humano e, "devagar, puxaram-no para a superfície". Já sem forças, Luís Abranja contou que "não tinha forma de ajudar, estava de tal maneira congelado que se estivesse mais 20 minutos não sei...".
Deu-se, finalmente, o resgate, sendo que o homem acabou por cair em cima de um agente da GNR que o puxava e que mereceu um especial agradecimento.
Foi, logo de seguida, transportado para o hospital e teve na alta no próprio dia.
No final de toda esta situação que testou os seus limites, Luís Abranja "acredita que foi um sortudo" e ainda deixou, em declarações à TVI, um conselho para quem cair dentro de um poço: "Tem de respirar fundo, gritar e esperar pela ajuda. Temos que entender que lá dentro não dá para fazer nada, só esperar e rezar. Tudo o que fizermos só complica porque nos cansa".
Toda esta história foi contada agora pelo próprio, mas também pela GNR de Évora, que partilhou o sucedido no Facebook.
(Imagens: Facebook)