É um museu diferente, porque é ao ar livre, não tem paredes e estende-se na paisagem do interior centro de Portugal.

É o Museu Experimenta Paisagem e fica na zona centro de Portugal.

É o programa ideal para explorar a natureza, em família ou com amigos, e conhecer mais sobre a história do nosso país, enquanto contemplas uma obra de arte ou percorres a montanha.

Se estás a planear as tuas férias ou uma escapadinha para conheceres novos lugares e pensas que já viste tudo em Portugal, vais ficar surpreendido com a experiência que o Museu Experimenta Paisagem te pode proporcionar.

Podes visitar obras e roteiros porque a arte e a natureza te vão proporcionar experiências únicas que cruzam a arte com a comunidade.

Da Sertã a Proença-a-Nova, passando por Oleiros, podes conhecer os lugares deste museu a partir das suas 5 obras de arte na paisagem e de um trilho muito especial: o trilho da Menina dos Medos.



Véu


Se vens do litoral, podes começar o teu passeio no parque da Carvalha, no coração da vila da Sertã, para conhecer o Véu.

Parecem espelhos ondulados sobre rio, mas são chapas espelhadas. Esta instalação de 12 metros tem uma sequência de seis chapas espelhadas, aparentemente suspensas por onde os visitantes podem caminhar. Situada sobre o açude da Ribeira da Sertã, a obra de arte quando vista da ponte Filipina, reforça a relação da Vila com a paisagem rural “num aparente equívoco de memória” como diz Marta Aguiar, uma das autoras da obra.

Depois desta paragem ideal para encontros de família e piqueniques, podes seguir até à Serra das Talhadas em Proença-a-Nova.





Farol dos Ventos


Se fores pelo caminho de Montes da Senhora a Chão do Galego, a obra Farol dos Ventos vai surgir entre os rochedos da montanha.

A obra do Farol dos Ventos é uma referência aos limites do território, um lugar de atração – de subir, de atravessar, de alcançar e foi executada em cabos náuticos coloridos com 37 metros de comprimento.

A modelação e a rotação dos cabos e das suas cores, entre o vermelho, o laranja e o amarelo, criam uma ilusão de movimento, de algo que vai acontecer, como uma ave que começa a levantar voo, assinalando algo que já aconteceu e que vai acontecer, como quando se alcança o cimo da montanha.


Buraca da Moura

Se subires até ao Farol dos Ventos, podes explorar a Buraca da Moura e as suas lendas e subindo mais um pouco terás uma vista panorâmica sobre a paisagem, desde a torre de vigia desenhada pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira.




Moongate


Mas se quiseres usufruir de um fim-de-tarde único, o melhor plano é ir até Oleiros, ao açude da Torna e terás uma das experiências mais relaxantes do museu.

À sombra das árvores e com a frescura da ribeira, podes descontrair e ver a obra Moongate a ser iluminada.

Com o escurecer do dia a obra torna-se cada vez mais electrizante e misteriosa. As suas texturas e tons âmbar intensificam-se e evocam algo de fantástico e distante, como os lugares relatados nas cartas do padre António de Andrade, natural de Oleiros e primeiro português a visitar os Himalaias.




Menina dos Medos


Se ficares por perto, no dia seguinte podes pôr-te a caminho e fazer o Trilho da Menina dos Medos.

É um trilho especial e lá vais perceber porquê. Começa na aldeia de Sobral Fernando, uma aldeia muito bonita, que os habitantes lutam por preservar. Sinal disso são as floreiras espalhadas pelas ruas e as ações de sensibilização ambiental que promovem. Um trilho único em que a comunidade nos dá a conhecer lugares que só alguns conhecem.

As placas de identificação do lugar e o respetivo QRCode permitem aceder ao site do Trilho e visualizar em cada ponto vídeos com histórias, memórias ou a explicação técnica sobre cada local. Assim, tens ao teu dispor uma visita virtual guiada por aqueles que melhor conhecem estas duas margens do Ocreza.

Entre as histórias de lugares incríveis deste trilho vemos a Menina dos Medos a surgir como uma evidência junto ao rio. A Menina dos Medos concorre para uma reapropriação do lugar pelos seus habitantes e pelos que exploram a região, através da perceção da delicadeza na desordem, da escala humana no excesso das memórias geológicas.

E se no fim da caminhada, te receberem na aldeia com pão quente a sair do forno, é apenas mais um sinal de que este sítio é “um cantinho do céu” como diz Helena Fernandes, artista e moradora da aldeia.




Magma Cellar


Com as energias recarregadas podes terminar a visita em Cunqueiros, uma aldeia de Proença-a-Nova com o maior núcleo de casas de xisto do concelho.

Ali no centro, na ponte sobre a ribeira, está a obra Magma Cellar. Num material muito curioso, que muitos não acreditam que seja, mesmo depois de revelado! Aquelas escamas castanhas que fazem lembrar casca de pinheiro ou cortiça, na verdade são ardósias. Levadas ao forno cerâmico a altas temperaturas as pedras transformam-se e ficam com este aspeto que evoca algo primitivo, primordial. A obra convida ao encontro, a sentar, a deitar e “abre uma nova janela” sobre a montanha e o rio. À noite quando está iluminada ganha contornos rendilhados e parece realmente suspensa sobre o rio. A aldeia de Cunqueiros é conhecida pelas suas festas de Verão e o seu bem receber. Mas a animação em torno das Adegas no antigo núcleo de xisto é garantida quer faça sol ou chuva e é uma experiência realmente inesquecível.