É pouco surpreendente esta notícia, não é verdade?

Com o custo de vida elevado, com salários que não veem aumentos há vários anos e com a inflação a não querer abrandar, os portugueses são, praticamente, obrigados a recorrer às poupanças de uma vida.

E é exatamente essa a conclusão de um estudo intercalar sobre as perspetivas económicas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

As famílias portuguesas ocupam, de acordo com o Diário de Notícias, "num grupo de 18 países analisados (...), o terceiro lugar das que mais recorreram às poupanças".

Isto acontece para "fazer frente ao agravamento do custo de vida, uma condição imposta, sobretudo, pelo aumento abrupto das taxas de juro desde meados de 2022, e pela dependência do crédito bancário e indexação dos contratos a taxas variáveis".



Para aguentar o aumento dos juros, os portugueses consumiram o "equivalente a cerca de 1,5% do seu rendimento disponível em poupanças".

Infelizmente, esta tendência vai continuar a verificar-se, pelo menos, para já...

A OCDE prevê que, até ao final de 2024, mesmo que os juros desçam devagar, os portugueses vão continuar a recorrer ao dinheiro que têm guardado.

À frente de Portugal, que ocupa o terceiro lugar daqueles que mais recorrem às poupanças, estão os EUA e a Itália, em 1.º e 2.º lugar, respetivamente. Foram os países "que mais usaram economias para manter o nível de vida".

Ao contrário de Portugal, EUA e França, esta tendência não se verifica na Zona Euro.

As poupanças permancem intocáveis e, em alguns casos, até houve um reforço em várias famílias.

Aqui ao lado, nos nossos vizinhos espanhóis, aconteceu isso mesmo. Em Espanha, houve um aumento de 3,5% das poupanças.

Já em França, registou-se o melhor reforço dos 18 países do estudo, sendo que os franceses aumentaram em 5% as suas poupanças.