Uma simples tosse ou um pingo no nariz do teu bebé pode ser sinal de infeção por RSV (Vírus Sincicial Respiratório) e evoluir para uma bronquiolite. E quando isso acontece, o importante é reconheceres os sinais. O RSV é um vírus muito contagioso e o principal responsável pela hospitalização de crianças com menos de um ano de idade.
Este foi o ponto de partida para a talk “Bronquiolites? Longe do meu bebé”, que a locutora da RFM, Inês Andrade, moderou, e na qual esteve à conversa com Miguel Arriaga da Direção Geral da Saúde, Manuel Magalhães, pediatra, e com a atriz e mãe Sofia Arruda, que já passou por esta situação com um dos seus filhos.
Antes de mais, Manuel Magalhães começou por explicar que uma bronquiolite é uma infeção dos bronquíolos, que começa sempre com os sintomas semelhantes aos de uma constipação. A evolução até ao diagnóstico de infeção pelo Vírus Sincicial Respiratório dura normalmente entre 3 a 5 dias.
Por não haver tratamento específico para esta infeção, a melhor forma de ajudar os bebés a não ficarem infetados com o RSV é a prevenção.
Prevenção essa que pode passar por arejar os espaços e, na medida do possível, recorrer ao ar livre para as mais diversas atividades. Os espaços fechados potenciam a propagação de vírus, e o RSV não é exceção. Também o reforço de bons cuidados de higiene, como lavar as mãos e a cara, quando se chega a casa, antes de se brincar com o bebé, é muito importante.
Os afetos, embora importantes para o desenvolvimento dos bebés, podem ser adaptados: uma festa na cabeça, em vez de beijos, protege os mais pequenos, na idade em que são mais propensos a serem infetados pelo RSV.
Embora a ideia dos pais adotarem a prática de levar brinquedos para os filhos possa parecer uma forma de prevenir a transmissão do vírus nas creches, na prática, isso pode não ser viável. No entanto, é crucial destacar como principais formas de transmissão do vírus, a inalação de gotículas de saliva ou secreções nasais libertadas quando uma pessoa infetada tosse, espirra ou fala, o contacto com superfícies ou a partilha de objetos contaminados (nomeadamente brinquedos) e o contacto direto ou indireto com secreções (através de beijos ou toque de alguém infetado, ou em superfícies contaminadas), de forma a serem implementadas medidas de higiene, como lavar as mãos frequentemente, evitar o contacto próximo com pessoas infetadas, especialmente em ambientes como as creches, e privilegiar atividades ao ar livre, para que assim seja possível uma prevenção adequada.
Para além destas medidas preventivas, Miguel Arriaga, ainda reforçou que o uso de máscara é sempre um bom hábito, quando alguém se sente doente. O uso de máscara deve ser encarado como mais uma “camada” de proteção para com o outro.
E quando a infeção por RSV já se instalou no bebé? O que fazer?
Não havendo tratamento, a melhor forma de cuidar do bebé com infeção por RSV é mantê-lo confortável. E este conforto passa por fazer-lhe lavagem nasal, as vezes necessárias, elevar a cabeceira do berço, para ajudar na respiração, colocar o bebé no colo, com a cabeça elevada e fracionar a alimentação. Se o estômago do bebé estiver muito cheio pode pressionar mais os pulmões e, consequentemente, dificultar a respiração. Por outro lado, com o estômago cheio, alguma tosse pode também levar ao vómito. Daí a importância de alimentar o bebé em quantidades mais reduzidas e mais vezes ao dia.
Sofia Arruda partilhou a experiência que teve com o seu bebé com RSV. Começou por ser um pingo no nariz. Três dias depois, estava com febre, as secreções nasais tinham uma cor esverdeada, não conseguia respirar e ficou prostrado.
Perante este cenário, foi diagnosticado com RSV. Com muitos cuidados e muito colo, o bebé melhorou, tendo sido seguido pelo pediatra em casa e não ter sido alvo de hospitalização. O problema é que quando voltava à escola, piorava sempre. As bronquiolites não o largavam.
Na verdade, a reincidência das infeções por RSV é muito comum. Por isso, é muito importante manter os cuidados de prevenção. Para além dos já referidos, Miguel Arriaga deixou a sugestão de se procurar mais informação sobre as normas preventivas no site do SNS 24 ou no site da DGS. Importa referir que a DGS procura desconstruir o que é esta infeção, de forma a torná-la percetível para todos.
Um último destaque para os bebés prematuros ou nascidos com problemas crónicos ou de imunidade: estes devem ser muito protegidos. Nestes casos, deve evitar-se a creche até aos 2 anos de idade (as creches são locais onde há muita transmissão de vírus).
Importa referir que após a infeção por RSV, pode haver complicações. A longo prazo, o bebé infetado por RSV poderá ter pieira recorrente ou asma. Claro que a gravidade destas complicações depende de muitos fatores.
O acompanhamento médico é fundamental. O que também é crucial, é trazer conversas como a talk “Bronquiolites? Longe do meu bebé!” para ajudar o maior número de pessoas a protegerem os seus bebés de bronquiolites e de infeção por RSV.
A talk “Bronquiolites? Longe do meu bebé!” foi uma iniciativa da Sanofi, em colaboração com a RFM.