A Apple é a marca mais valiosa do planeta e há mesmo quem a considere, a par com a Google, Facebook e Amazon, uma das empresas mais influentes dos nossos dias ou um dos quatro cavaleiros do apocalipse digital.

Mas, como diz o ditado, no melhor pano cai a nódoa. Neste caso, a nódoa não é muito grande, nem impediu a marca de crescer para aquilo que é hoje.

Em 1986, um ano após a saída de Steve Jobs, em rota de colisão com John Sculley, a Apple fez o que muitas empresas fazem: expandiu a marca para outras áreas de negócio. E que melhor poderia a Apple fazer do que lançar uma coleção lifestyle chama “The Apple Collection”.




Não vale criticar o estilo. A linha de roupa da Apple é muito Wake Me Up Before You Go Go, música que os Wham lançaram em 1984, ou seja, estava no melhor da moda dos anos 1980. Para além da sweat para as noites mais frias, ou simplesmente para o estilo, a coleção incluía também polos vários, em tons intemporais, mas que vão bem com qualquer par de óculos – obviamente, também da coleção.




E porque há que segurar bem as calças, a linha incluía também cintos.


Para complementar o look, nada melhor do que um cap para a maçã ficar bem no meio da testa.


Mas a Apple não se ficou por aqui e o seu catálogo lifestyle incluía pranchas de windsurf, canivetes suíços, cadeira tipo realizador de cinema, guarda-chuvas, toalhas de praia ou relógios de pulso (nada a ver com o Apple Watch).


Reza a lenda que Steve Jobs regressou à Apple em 1997, meteu a casa em ordem e preparou o lançamento de uma série de produtos que vieram a fazer história. O discurso de 7 minutos, em que anuncia o lançamento da campanha de publicidade “Think Different/Crazy Ones”, mais de 20 anos depois, é uma verdadeira lição de estratégia de marketing.

Não há memória de que o lançamento da linha de lifestyle da Apple tenha tido sucesso. Mas também não há grande problema. Afinal, como afirma o Museum of Failure, a inovação e o progresso necessitam do insucesso. E, como dizem os portugueses, é no melhor pano que cai a nódoa. Por isso, mesmo as grandes empresas têm no seu historial falhanços, alguns deles épicos. O importante é aprender a lição.