Sempre ouvi dizer que dinheiro não traz felicidade. Mas, de acordo com dados do Relatório Mundial da Felicidade, parece que não é nada assim. Os dados do estudo, que é publicado desde 2012 pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU e avalia o grau de felicidade em 156 países do mundo, leva claramente a concluir que a variável que mais fortemente se correlaciona com a felicidade é a produção económica de um país (PIB per capita).
Nenhum dos outros cinco indicadores que são analisados no estudo – nível de apoio social, esperança média de vida, índice de liberdade, índice de generosidade e índice de perceção de corrupção, tem uma correlação tão forte com o índice de felicidade.

Para medir a felicidade, o estudo recorre à escala Cantril Self-Anchoring Scale, desenvolvida em 1965 por Hadley Cantril. A escala é muito simples. Pede aos entrevistados que pensem nas suas vidas e a situem numa escada com 10 degraus. O degrau mais elevado corresponde ao nível de felicidade mais elevado e o mais baixo ao mais baixo estado de felicidade.

Uma vez obtidos os dados sobre os níveis de felicidade, são feitos os cruzamentos com as seis variáveis independentes. E é aqui que se torna clara a ligação entre dinheirinho e felicidade, como podes observar neste site. Faz sentido. Afinal, é com dinheiro que se compram os melões e todas as outras coisas que nos dão conforto.


Depois da produção económica, é a esperança média de vida que mais fortemente explica a felicidade. Também faz sentido. Para além da esperança média de vida ser mais elevada em países de maior rendimento, em parte porque há melhores condições de acesso a melhores cuidados de saúde, todos gostamos de saber que, se tudo correr bem, podemos ter a esperança de cá andar uns bons aninhos.



De entre as seis variáveis, as que se correlacionam menos com felicidade são a generosidade e o índice de perceção da corrupção. Talvez explique muita coisa.

Nesta altura já deves estar a perguntar por Portugal. Como é que nos situamos neste estudo sobre a felicidade. No estudo mais recente, publicado em 2019, o nosso país ocupa uma modesta 66ª posição, muito atrás do Brasil que se encontra no 32 lugar. Mas enquanto nós temos vindo a subir, de 89ª na tabela de 2017, a nação irmã tem feito o percurso inverso – de em 2017 o Brasil estava 22.

A tabela da felicidade é consecutivamente liderada pelos nórdicos, com a Finlândia a ocupar o primeiro lugar dos dois últimos anos.

Agora já sabes. Quando te disserem que o dinheiro não traz felicidade chuta-lhes com o Relatório Mundial da Felicidade.