Sentimos tristeza e choque quando uma celebridade, seja ela portuguesa ou estrangeira, morre. É ainda mais angustiante quando uma pessoa parte demasiado cedo. Mesmo não a conhecendo pessoalmente, surgem na nossa cabeça várias perguntas e ficamos mesmo sem palavras...



Parece que sentimos essa pessoa como sendo nosso familiar e sofremos como se fôsse próximo.


Através das novelas, da música, de filmes, de séries e das próprias redes sociais, que preenchem grande parte do nosso dia-a-dia, estabelecemos relações próximas com figuras públicas, sendo que acompanhamos o trabalho, as férias, o crescimento dos filhos, os projetos, os sonhos e até os dias menos bons.

Esta proximidade é, segundo o psicólogo e psicoterapeuta Hvovi Bhagwagar, uma das razões pelas quais reagimos com tristeza e choque à morte de uma celebridade, porque a sentimos quase como fazendo parte da nossa vida.


“Sempre que uma celebridade morre, reagimos (...) como se realmente a conhecêssemos. Quando se trata de uma pessoa cujos filmes podemos ver, músicas que podemos ouvir ou até carreiras desportivas que seguimos, é sobre o impacto que elas tiveram nas nossas vidas e como as mudaram. Dessa forma, esse sofrimento é também muito real” explicou o psicólogo, citado pela revista Vice.


A morte de uma figura pública acaba também por nos fazer questionar sobre a nossa própria vida, para além de criarmos uma empatia com a dor ou com o sofrimento que o outro poderia estar a passar.


“A morte de uma celebridade faz-nos questionar sobre a nossa própria razão de viver. Perguntamo-nos sobre para onde estamos a ir e se vamos atingir os nossos objetivos antes de morrer. A morte prematura de uma pessoa leva a crer que todos temos os dias contados e isso leva-nos a pensar sobre a nossa vida” acrescentou o psicólogo.


Infelizmente, e mais vezes do que desejaríamos, somos confrontados, sem nada dizer ou fazer prever, com a finitude da vida. Apesar do caráter doloroso, a morte ajuda-nos a pôr as coisas em perspetiva e a refletir sobre a nossa passagem pelo mundo. Independentemente da circunstância, é importante respeitar a dor do outro, sem julgar, e mostrar mais do que nunca a nossa empatia.