Charroques, Tripeiros, Malapeiros, Alfacinhas, Guinatos, Jagozes: alcunhas há muitas e a RFM quis saber aquelas que são mais populares em cada terra do nosso país!
O desafio foi lançado no Café da Manhã, desta segunda-feira, a todos os ouvintes, que mostraram o orgulho que têm pela alcunha da terra que representam.
De norte a sul do país, não há falta de alcunhas que enaltecem a história das regiões portugueses, os feitos dos seus habitantes e as tradições que permanecem vivas ainda hoje.
Jagozes: Foi no porto da Ericeira que esta alcunha começou a popularizar-se entre os habitantes. Os pescadores típicos da vila são denominados de jagozes, que, há muitos anos, eram os únicos que habitavam a vila.
Ferreirenses: Segundo a tradição, o nome da terra de Ferreira do Alentejo veio de uma mulher que defendeu a cidade romana de Singa, que empunhava martelos de ferreiro. Uma vez que estava casada com um ferreiro, era alcunhada de ferreira, tendo dado o nome à vila.
Unhas Negras: Em São João da Madeira, os habitantes são conhecidos por "Unhas Negras", devido às fábricas de chapéus que existiam na altura vila. Os operários ficavam com as unhas tingidas de preto, por trabalharem com caldeiras de vapores designadas de fulas.
Xavelhas: Em Câmara de Lobos, na Madeira, os habitantes são os Xavelhas, um nome referente às antigas embarcações piscatórias.
Guinatos: Na região de Aguim, em Anadia, os habitantes são conhecidos por Guinatos. A alcunha surgiu no século XIX, quando Joaquim Martins de Carvalho atribuiu, num artigo sobre a Rua de Coruche, publicado em “O Conimbricense” que escreveu, um grande bairrismo aos moradores desta rua, tendo referido ainda outras alcunhas para estes habitantes, que ficaram populares na região: Assa Ratos, Bacalhaus, Chaporros, Chincos, Fagulhas, Farronças, entre outras.
Malapeiros: Em São João de Ver, em Santa Maria da Feira, são conhecidos por malapeiros. Antigamente quando passava o comboio atiravam malapios, fruto semelhante à maçã, ao comboio.
Tripeiros: Os habitantes do Porto representam esta alcunha com muito orgulho. O nome surgiu de um grande espírito de sacrifício e de uma enorme firmeza de caráter do povo do Porto.
Charroques: Os habitantes de Setúbal são conhecidos por charroques, uma designação popular que surgiu a partir de um peixe com o mesmo nome. Ao que parece, o animal era conhecido por ter uma cabeça e uma boca grande e passou a representar os habitantes da região que carregam nos “rrr”.
Camarros: No Barreiro, os habitantes são conhecidos como Camarros (“cama sobre o barro”). Ao que parece, esta alcunha é atribuída à zona pelos pescadores, que, nos dias de pesca, vinham procurar acolhimento a esta terra.
Alfacinhas: A alcunha que está muito associada aos lisboetas surgiu depois de Almeida Garret a ter referido no seu livro “Viagens na minha terra”, editado em 1846. Para além desta referência, o termo também começou a ser mais utilizado quando as colinas de Lisboa se enchiam com alfaces, que eram usadas para a culinária, para a medicina e para a perfumaria.
As alcunhas são o reflexo da história e do património cultural de cada zona do país. Uma herança que levamos connosco e que fazem parte da gente que somos.