Passear os pais. Não só com eles, mas sermos nós a passear os pais é uma troca engraçada a certa altura da vida em que somos nós ao volante e eles as crianças que vão ver coisas novas, reviver outras antigas.
Muitas vezes já não lhes apetece sair, já não têm vagar, mas quando se predispõem a deixarem-se levar por nós, é muito engraçado.
Levo-os à praia a contragosto, mas mal entram na água voltam a boiar como os via há 30 anos.
Aliás, agora começo eu a boiar de cabecinha de fora e penso: ok, já estou a chegar àquela idade em que se fica sentadinho a dar aos braços.
Não querer molhar a cabeça, está visto, é o que se seguirá.
De facto é uma bênção poder conviver e devolver um pouco aos que nos criaram, coisas boas que nos deram, o gosto de os ver animados por estarem com a filha que nem sempre tem tempo mas teve gosto em levá-los a passear com o extra da neta (minha sobrinha), melhor ainda!
(Crónica publicada no jornal Destak de 16 de Julho de 2020)