Patrícia Fidalgo, professora universitária a viver em Abu Dhabi há seis anos, decidiu dar o primeiro passo para a procura de uma vacina para a pandemia que está ainda a assolar o mundo. A portuguesa decidiu voluntariar-se para testar uma possível vacina produzida por um laboratório chinês.


Nos Emirados Árabes Unidos, vivem pessoas de cerca de 200 nacionalidades e pode ter sido por isso mesmo que o laboratório chinês Sinopharm escolheu a região para desenvolver a fase de testes da vacina para a Covid-19.



O grupo de cobaias conta com 15 mil pessoas que foram recrutadas para a terceira fase de testes através de uma campanha divulgada nos órgãos de comunicação social e nas redes sociais pelas autoridades dos Emirados Árabes Unidos.


A professora universitária sempre quis “contribuir de alguma maneira” e não hesitou quando viu a campanha nas redes sociais.


"Não podia ser melhor do que ser na cidade onde vivo" explicou a voluntária para quem "a principal motivação é ajudar", em entrevista à TSF.


Um telefonema bastou para, em poucos dias, Patrícia Fidalgo ser chamada para lhe ser administrada a primeira dose da vacina.


“Não deixa de ser uma experiência médica e confesso que, quando me foi administrada a primeira dose e eu vim para casa, fiquei ali com algum receio durante algumas horas, a questionar-me porque me voluntariei para uma coisa potencialmente perigosa para a minha saúde. Depois, passou-me” contou à TVI.


Ainda com algum receio, a professora portuguesa decidiu prosseguir e honrar o compromisso que já tinha sido feito.


"Pus à disposição das pessoas o meu corpo, a minha saúde e em última instância a minha vida para testar um medicamento. E pensei: ‘Mas caramba, se não houver voluntários nunca haverá vacina. Isto é para levar até ao fim’” confessou à TSF.


Há poucos dias, Patrícia Fidalgo recebeu a segunda dose e registou poucos efeitos secundários.


"O que me foi explicado é que esta é uma vacina com o vírus inativado que, até agora, na 1º e na 2ª fase os efeitos secundários foram alguma febre, alguma vermelhidão no local e que, em poucos casos, algumas pessoas desenvolveram sintomas semelhantes ao da gripe. Não há muitos detalhes científicos em relação à vacina".


Por agora, Patrícia Fidalgo vai ficar a aguardar novos resultados e mostra-se confiante e feliz por ter feito parte deste processo.