A conhecida e saborosa laranja do Algarve pode ter os dias contados. Os produtores estão preocupados com as condições que têm e com as pragas já identificadas que, a curto prazo, podem colocar um ponto final na produção da laranja.
Para a associação de Operadores de Citrinos –
AlgarOrange, a
“constante ameaça de falta de água” é uma das maiores preocupações, à qual se somam duas pragas:
a mosca da fruta, responsável por vários prejuízos, e o ‘
greening’, doença que “ainda não foi detetada no território europeu”, mas que “pode significar a ruína de todo o setor da citricultura” confessou à
Lusa.
Em relação à água, a associação alerta para a pouca chuva que tem havido, que pode significar que as reservas das barragens “durem muito pouco tempo” e que em caso de escassez grave “as pessoas têm prioridade”. Quanto às pragas, a técnica agrónoma Bertina Alexandra, da AlgarOrange, considera essencial a referência geográfica dos diversos pomares de citrinos, para que se consiga fazer uma monitorização global.
Existe já em cima da mesa um plano estratégico de luta contra a mosca e da monitorização dos pomares de citrinos. O diretor regional de agricultura do Algarve revelou ainda que já foi autorizado o programa de luta biológica contra a ‘Trioza erytreae’, transmissor do ‘greening’. Com a luz verde do ICNF, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, estão já a ser preparadas largadas de insetos “a curto prazo” em “três ou quatro locais” onde este já foi detetado, com o objetivo de travar um possível avanço da doença para o Algarve.
A técnica agrónoma Bertina Alexandra, da AlgarOrange, não deixou de manifestar a sua preocupação e acredita que “se não se fizer algo urgentemente, quando se acordar já vai ser tarde”.