Hoje é a forma mais comum de dormirmos quentes e confortáveis em quase todos os países onde há inverno moderado, rigoroso ou muito rigoroso.

Já lá vai o tempo dos cobertores, pesados e menos maleáveis, apesar de ter ainda grandes apreciadores: todos aqueles que preferem a cobertura da cama mais pesada e quente, do que leve e aconchegada.



Ainda assim, parece ser do senso comum que os edredões são mais confortáveis e quentes do que os cobertores e facilitam muito, ainda para mais, o ato de “fazer da cama” de manhã!


Quem se lembrou de inventar os edredões, então?

Bom, há quem diga – ainda que de fundamentação difícil – que foram os chineses a “fabricar” os primeiros edredões, há cerca de 5 mil anos.

Parece, no entanto, certo que o edredão tenha nascido nos países nórdicos, obviamente, da necessidade de manter os corpos quentes durante as noites frias desta zona da Europa já que também a temperatura corporal baixa, como sabemos, durante as horas de sono ou de repouso e o frio é agreste naqueles países.

Começaram, primeiro, por usar aquilo que a natureza lhes fornecia: peles de animais ou algodão. Se aquecia os animais também os mantinha quentes.



O passo seguinte foi perceber que as penas de pato ou de ganso aqueciam e isolavam mais do que as peles dos animais maiores.

Então, passaram a usar as mantas, que cobriam o local onde dormiam, como uma espécie de saco com enchimento de penas de ganso ou pato. Isto porque as penas destes animais os mantinham quentes e ainda os protegiam da humidade.

Os primeiros “sacos” onde colocaram as ditas penas eram feitos de lona e, depois, de algodão. E, assim, o uso deste tipo de cobertura, um saco grande com penas, espalhou-se pelos povos do norte da Europa.



Foi depois, então, numa viagem que o escritor inglês Thomas Nugent fez pela Westfália, na Alemanha, no século XVIII, por volta de 1749, que terá reparado que os alemães usavam sacos retangulares preenchidos com penas para se taparem, de noite, e não a roupa de cama "normal", com mantas, tal como o escritor a conhecia.

O que se usava em Inglaterra eram mantas confecionadas com o método patchwork, a reutilização de vários pedaços de tecido, que era depois acolchoada para se tornar mais quente. Com a revolução industrial, a produção de cobertores em massa fez decair a típica técnica de patchwork.



Mas o uso generalizado de edredões só se verificou já no século XX, depois da 2ª guerra mundial, em quase todos os outros países da zona norte e central da Europa.

Nos países do sul, mais quentes e amenos, o edredão apareceu mais tarde e já sem preenchimento de penas, mas com outros materiais que permitem a sua produção em grande escala. Ainda assim, poucos já os dispensam no inverno.



Como sabemos, existem atualmente vários tipos de edredão, com enchimentos diversos adaptados às estações do ano. Também a indústria das capas de edredão cresceu e há-as de todos os géneros, qualidades e tecidos.

Foi, portanto, uma questão de conforto, e também algum sentido prático, que ajudou o crescimento do uso do edredão e o fim do cobertor.


Apesar da origem do edredão ser nórdica, recebemos a palavra "edredão" do francês "édredon".