Têm os olhos do mundo postos em si e podem ser a esperança de milhões de pessoas que vivem e convivem com a Covid-19. Ugur Sahin, de 55 anos, e Özlem Türeci, de 53 anos, estão a desenvolver aquela que poderá ser a vacina contra a Covid-19.
Esta segunda-feira, a farmacêutica Pfizer avançou que, após a primeira avaliação da fase 3 dos ensaios clínicos, a vacina tem “90% de eficácia”.
A Pfizer está a trabalhar em conjunto com a fabricante alemã BioNTech, criada, em 2008, pelo casal, com o objetivo de desenvolver uma investigação sobre o cancro. E foi esta extensa análise relativamente à imunoterapia contra o cancro que lhes permitiu desenvolver esta vacina contra o coronavírus.
O casal é de origem turca, mas conheceram-se na Alemanha, durante os tempos de faculdade. Ugur Sahin nasceu na cidade turca de Iskenderun e mudou-se com os pais para a Alemanha Ocidental, quando tinha quatro anos, e Özlem Türeci nasceu na Alemanha, mas é filha de um médico turco.
A Reuters conta que a paixão do casal pela investigação é tão grande que até no próprio dia do casamento, em 2002, estiveram a trabalhar no laboratório.
Como começou a investigação para encontrar uma vacina contra a Covid-19?
Tudo começou no dia 24 de janeiro deste ano, quando o coronavírus era uma realidade distante e o pouco que se sabia era através de notícias que vinham da China. Sahin leu um artigo científico sobre a Covid-19, nessa sexta-feira, e, na semana seguinte, reuniu seis trabalhadores e lançou-lhes um desafio: encontrar uma vacina contra o coronavírus.
A farmacêutica Pfizer, que já tinha trabalhado com a empresa do casal, a BioNTech, numa vacina contra a gripe, juntou-se para ajudar nos custos de desenvolvimento e distribuição. Em março, a BioNTech já havia desenvolvido 20 candidatos para uma vacina, dos quais iria testar cinco para reações imunológicas.
Esta segunda-feira foi revelada a sua eficácia e a empresa dos cientistas conta com uma equipa de 500 investigadores.
Após a descoberta da vacina, as ações da empresa subiram e o casal entrou para a lista das 100 pessoas mais ricas da Alemanha. No entanto, ambos são descritos como pessoas “modestas e humildes”, refere a CNN.
Ugur, por exemplo, vai para o trabalho de bicicleta como é, de resto, comum nos países nórdicos, independentemente dos cargos que as pessoas têm nas empresas e dos seus salários mais elevados ou mais baixos.
Agora Ugur e Özlem poderão ter a chave para pôr um ponto final na pandemia que, em tão poucos meses, já mudou o mundo. A Diretora-Geral da Saúde avançou, esta segunda-feira que, se a vacina tiver o nível de eficácia anunciado, será “uma das melhores vacinas que teremos” e Portugal avançará com a compra da mesma.