Dicas para lidares com a ansiedade gerada pela guerra na Ucrânia

SEM ESQUECER A DOR DO POVO DA UCRÂNIA, ESTA GUERRA TAMBÉM TEM EFEITOS NEGATIVOS NAQUELES QUE ASSISTEM À DISTÂNCIA

Jéssica Santos
Jéssica Santos


Estamos a viver um momento que, infelizmente, parece mais tirado de um qualquer livro, série ou filme... Apesar de ser uma realidade que não está a acontecer em Portugal, ninguém consegue ficar indiferente ao que está a acontecer na Ucrânia. Sobretudo numa era como a nossa, em que a informação corre ao minuto e, nas redes sociais, são partilhados milhares de vídeos e imagens fortes, angustiantes e emocionantes do cenário que se vive na guerra.


Por muito que se queira ou tente, é difícil de desligar do que se está a passar na Ucrânia. Desde as consequências que esta guerra traz para a maioria dos países - incluindo Portugal -, à crise de refugiados e ao que ainda está por vir. O fim desta guerra é, para já, imprevisível e parece estar longe. Esta incerteza, o sentimento de impotência, o caos e o medo do futuro são sentimentos que muitos de nós podem sentir, neste momento.

Sem esquecer todos os efeitos que esta guerra está a ter em todas as suas vítimas diretas, é importante também ter atenção ao impacto que esta realidade tem na saúde mental dos que assistem à distância.


Faz pausa nas notícias


Os últimos dois anos - período que marca o início da pandemia - colocaram-nos expostos a muitos cenários nos quais a adaptação ao stress era necessária, disse Chloe Carmichael, terapeuta, à CNN. E, agora, esta guerra colocou-nos perante outro cenário de stress.

Um outro psicólogo, Lee Chambers, citado pela CNN, revela que as mesmas ferramentas que nos ajudaram a viver estes anos de pandemia são igualmente válidas para agora nos ajudarem a ultrapassar a ansiedade que a guerra na Ucrânia despoletou.

A forma como cada pessoa lida com a incerteza desta guerra é diferente. Para uns, a solução passa por desligar da situação e para outros a melhor forma de lidar com a ansiedade é ler tudo o que se sabe sobre a guerra para compreender (quase) tudo o que está a acontecer e pôr de parte alguns medos.

Porém, se estás a ter dificuldade em te concentrares noutras coisas, como o teu trabalho, o melhor é, segundo os especialistas citados pela CNN, impor limites na quantidade de tempo que passas a consumir informação sobre a guerra na Ucrânia.


Como enfrentar o sentimento de impotência


O sentimento de impotência que muitos podem estar a sentir pode, segundo Lee Chambers, tornar as tragédias a que estamos a assistir mais difíceis de suportar. Apesar de estarmos longe da Ucrânia, isso não significa que não podemos agir.

“A ansiedade geralmente serve um propósito saudável, que é estimular-nos a tomar algum tipo de ação”, disse Carmichael. O que é que podes fazer? Doar bens ou dinheiro a associações ucranianas.

São muitos os que precisam de ajuda e são muitos os portugueses que, nos últimos dias, se têm unido para ajudar as vítimas desta guerra.


Demasiada empatia pode trazer consequências


Ser empático é um sentimento bonito, mas também se pode tornar muito stressante. E depois de dois anos de pandemia, as pessoas podem ficar num estado de fadiga por compaixão.

Apesar de tudo o que está a acontecer, é importante teres momentos de puro lazer. Ler um bom livro, ouvir um podcast, ver um filme. É importante termos consciência da realidade que nos rodeia, mas também é igualmente importante cuidarmos da nossa própria saúde mental.



Aliado a estes três conselhos, é importante manteres a tua rotina. Mantém os teus horários de sono, adopta uma alimentação saudável, pratica exercício físico e respeita os teus momentos de lazer. Se achares que não consegues lidar com a ansiedade causada pela guerra, procura ajuda de um profissional.




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