Como podes proteger o teu bebé das bronquiolites?
Esta foi a questão que procurámos responder na talk “Bronquiolites? Longe do meu bebé!”, no Youtube da RFM, moderada por Inês Andrade
Uma simples tosse ou um pingo no nariz do teu bebé pode ser sinal de infeção por RSV (Vírus Sincicial Respiratório) e evoluir para uma bronquiolite. E quando isso acontece, o importante é reconheceres os sinais. O RSV é um vírus muito contagioso e o principal responsável pela hospitalização de crianças com menos de um ano de idade.
Este foi o ponto de partida para a talk “Bronquiolites? Longe do meu bebé”, que a locutora da RFM, Inês Andrade, moderou, e na qual esteve à conversa com Miguel Arriaga da Direção Geral da Saúde, Manuel Magalhães, pediatra, e com a atriz e mãe Sofia Arruda, que já passou por esta situação com um dos seus filhos.
Antes de mais, Manuel Magalhães começou por explicar que uma bronquiolite é uma infeção dos bronquíolos, que começa sempre com os sintomas semelhantes aos de uma constipação. A evolução até ao diagnóstico de infeção pelo Vírus Sincicial Respiratório dura normalmente entre 3 a 5 dias.
Por não haver tratamento específico para esta infeção, a melhor forma de ajudar os bebés a não ficarem infetados com o RSV é a prevenção.
Prevenção essa que pode passar por arejar os espaços e, na medida do possível, recorrer ao ar livre para as mais diversas atividades. Os espaços fechados potenciam a propagação de vírus, e o RSV não é exceção. Também o reforço de bons cuidados de higiene, como lavar as mãos e a cara, quando se chega a casa, antes de se brincar com o bebé, é muito importante.
Os afetos, embora importantes para o desenvolvimento dos bebés, podem ser adaptados: uma festa na cabeça, em vez de beijos, protege os mais pequenos, na idade em que são mais propensos a serem infetados pelo RSV.
Embora a ideia dos pais adotarem a prática de levar brinquedos para os filhos possa parecer uma forma de prevenir a transmissão do vírus nas creches, na prática, isso pode não ser viável. No entanto, é crucial destacar como principais formas de transmissão do vírus, a inalação de gotículas de saliva ou secreções nasais libertadas quando uma pessoa infetada tosse, espirra ou fala, o contacto com superfícies ou a partilha de objetos contaminados (nomeadamente brinquedos) e o contacto direto ou indireto com secreções (através de beijos ou toque de alguém infetado, ou em superfícies contaminadas), de forma a serem implementadas medidas de higiene, como lavar as mãos frequentemente, evitar o contacto próximo com pessoas infetadas, especialmente em ambientes como as creches, e privilegiar atividades ao ar livre, para que assim seja possível uma prevenção adequada.
Para além destas medidas preventivas, Miguel Arriaga, ainda reforçou que o uso de máscara é sempre um bom hábito, quando alguém se sente doente. O uso de máscara deve ser encarado como mais uma “camada” de proteção para com o outro.
E quando a infeção por RSV já se instalou no bebé? O que fazer?
Não havendo tratamento, a melhor forma de cuidar do bebé com infeção por RSV é mantê-lo confortável. E este conforto passa por fazer-lhe lavagem nasal, as vezes necessárias, elevar a cabeceira do berço, para ajudar na respiração, colocar o bebé no colo, com a cabeça elevada e fracionar a alimentação. Se o estômago do bebé estiver muito cheio pode pressionar mais os pulmões e, consequentemente, dificultar a respiração. Por outro lado, com o estômago cheio, alguma tosse pode também levar ao vómito. Daí a importância de alimentar o bebé em quantidades mais reduzidas e mais vezes ao dia.
Sofia Arruda partilhou a experiência que teve com o seu bebé com RSV. Começou por ser um pingo no nariz. Três dias depois, estava com febre, as secreções nasais tinham uma cor esverdeada, não conseguia respirar e ficou prostrado.
Perante este cenário, foi diagnosticado com RSV. Com muitos cuidados e muito colo, o bebé melhorou, tendo sido seguido pelo pediatra em casa e não ter sido alvo de hospitalização. O problema é que quando voltava à escola, piorava sempre. As bronquiolites não o largavam.
Na verdade, a reincidência das infeções por RSV é muito comum. Por isso, é muito importante manter os cuidados de prevenção. Para além dos já referidos, Miguel Arriaga deixou a sugestão de se procurar mais informação sobre as normas preventivas no site do SNS 24 ou no site da DGS. Importa referir que a DGS procura desconstruir o que é esta infeção, de forma a torná-la percetível para todos.
Um último destaque para os bebés prematuros ou nascidos com problemas crónicos ou de imunidade: estes devem ser muito protegidos. Nestes casos, deve evitar-se a creche até aos 2 anos de idade (as creches são locais onde há muita transmissão de vírus).
Importa referir que após a infeção por RSV, pode haver complicações. A longo prazo, o bebé infetado por RSV poderá ter pieira recorrente ou asma. Claro que a gravidade destas complicações depende de muitos fatores.
O acompanhamento médico é fundamental. O que também é crucial, é trazer conversas como a talk “Bronquiolites? Longe do meu bebé!” para ajudar o maior número de pessoas a protegerem os seus bebés de bronquiolites e de infeção por RSV.
A talk “Bronquiolites? Longe do meu bebé!” foi uma iniciativa da Sanofi, em colaboração com a RFM.