Para sempre, Zé Pedro.



Se há estrela do Rock’N’Roll completamente anti-vedeta é o Zé Pedro. Sempre disponível para meia de conversa, para um autógrafo, para um cumprimento, para uma fotografia.

Não recusa uma palavra, um sorriso, não olha para o lado como se com ele nada fosse. É daquelas pessoas que gosta de comunicar fora do palco e em cima dele com os seus Xutos que ajudou a fundar.

Trata as suas guitarras como se fossem família. Afaga-as como ninguém, brinca com elas como se de uma criança se tratasse e estou ciente de que faz birra se algum dia alguém se atrever a tirar-lhe uma dos ombros.

O Zé adora a vida e sempre viveu a dar tudo sem olhar a quem. Por isso também ele recebe em dobro ou em triplo o que sempre espalha pelos seus fãs. A afinidade que sempre mostrou é recíproca. Sejam fãs anónimos, colegas de profissão, jornalistas, quem quer que com ele prive, por pouco tempo que seja, sente que o Zé Pedro é uma pessoa diferente. Nem melhor nem pior que ninguém, apenas diferente. Há generosidade no olhar, há sabedoria no sorriso, há magnetismo nos seus gestos.

Falar com o Zé Pedro sobre música é o melhor que lhe pode acontecer, a ele e a quem tem tempo para o ouvir. Sim, porque o homem é uma enciclopédia com duas pernas. Os olhos brilham-lhe como faróis quando o assunto é a sua arte, o seu vício, enfim, a sua Vida. E atrás disso vêm outros temas, outras conversas e é um deleite para qualquer um falar com o Zé Pedro, dos Xutos.
O Zé que tem e faz a História do rock em Portugal, o Zé que apadrinha bandas e grupos e os aconselha e ajuda. Quantas não nasceram porque em boa hora o Zé teve o sonho de formar também ele uma banda? Por isso sabe o que é lutar, sofrer, trabalhar para se concretizar os sonhos que qualquer humano tem.
Aquela medalha que usa ao pescoço onde se pode ler “É só Rock’N’Roll mas eu gosto” diz tudo sobre o Zé Pedro, o rocker sobrevivente que naturalmente sabe que o segredo do sucesso é dar, dar muito para receber. E mais ninguém sabe dar como ele.
Os nossos não morrem. Por isso estas linhas não estão escritas no tempo passado, fosse ele perfeito ou imperfeito, porque o Zé Pedro será e estará sempre PRESENTE!

Texto de Paulo Fragoso.

Homenagem da RFM ao Zé Pedro.

Vê aqui o concerto que os Xutos e Pontapés deram no Auditória da RFM por altura dos 33 anos dos Xutos e 25 anos da RFM

Em 2012 Zé Pedro esteve no estúdio da RFM a responder a perguntas que os fãs puderam fazer no facebook da RFM. A conversa ficou a cargo do Paulo Fragoso e da Teresa Lage.

Podes ainda ouvir a emissão especial RFM de homenagem ao Zé Pedro. Emissão de Paulo Fragoso e Daniel Fontoura.

Clica na imagem em baixo e ouve:

Entre as muitas homenagens ao Zé Pedro, houve uma na Assembleia da Republica que aprovou por unanimidade um voto de pesar pela morte do guitarrista e fundador dos Xutos e Pontapés.

No voto, uma semana depois da morte de Zé Pedro, o presidente da Assembleia da Republica, Eduardo Ferro Rodrigues, considera que Zé Pedro foi "um dos ícones da cultura popular contemporânea" e "um músico, um divulgador de músicas e de músicos", sendo "um apaixonado pela vida e com uma curiosidade insaciável sobre os movimentos do mundo e as novas tendências do pop e rock".

Zé Pedro morreu dia 30 de novembro de 2017.



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