A Madeira de... Rodrigo Gomes
Este é o ano de ir à Madeira. E eu fui.
O passeio de Catamarã demora umas horas e, para além de maravilhoso, é totalmente seguro. Acreditem que a minha mulher estava com medo de levar uma criança de 3 anos para o mar mas correu tudo bem. No passeio, temos uma vista deslumbrante da costa do Funchal e, como se isso não bastasse, nesse dia, até um arco-íris apareceu. No fundo, o arco-íris quer dizer que choveu e andar no mar à chuva ajuda-nos a dar ainda mais valor aos bravos navegadores portugueses que se aventuraram por esse mar fora. Por mim não ia dar, “é que eu tenho uma consulta agora às 5” e teria de abandonar. Mas já não vivemos na altura dos descobrimentos e escusado será dizer que os miúdos adoraram a experiência e vibraram com os golfinhos.
A seguir ao passeio de barco, chegou a parte preferida da minha mulher. A hora em que fomos jantar. Ela comeu um risotto de polvo, camarão e speck (presunto fumado) no restaurante italiano Il Basílico. Diz ela que foi o melhor risotto que já comeu na vida. Depois claro… a sobremesa. Coisa de que nunca prescindiu em toda a viagem embora se queixasse que não o deveria ter feito, após todas as vezes que o fez.
Tínhamos um carro alugado e a ideia era, depois do museu, arrancar até à praia do Seixal para uma aula de Stand Up Paddle. A ideia era boa mas quando lá chegámos, algum frio e chuva desencorajaram-nos a ir para dentro de água, especialmente porque levávamos os miúdos. Mas desengane-se quem acha que a viagem até à praia do Seixal foi em vão. Basicamente, todos os cantos da Madeira são um postal pelo que a viagem vale só por si. As paisagens são incrivelmente fascinantes e ricas. A vegetação é tão densa e as montanhas tão mágicas que parece que a qualquer momento estamos a entrar no filme do Jurassic Park.
Depois da visita à praia do Seixal, uma das praias de areia da Madeira, partimos em direção a mais um pedaço de céu na terra. As Piscinas naturais de Porto Moniz. Almoçámos no restaurante do hotel Aquanatura, em Porto Moniz, que tem janelas diretas para as piscinas e para o mar e ficámos ali a ver as ondas rebentar nas rochas enquanto comíamos umas magnificas lapas e uns bifes de atum mal passados. Como é óbvio, a minha mulher voltou a pedir sobremesa e, desta vez, foi um creme brulée de maracujá com frutos vermelhos caramelizados. Sim. Sabe tão bem como soa.
É relativamente fácil conduzir na ilha e é tudo perto. Em 40 minutos, no máximo, estamos em qualquer lado. E depois de já termos enchido a vista com a praia do Seixal e as piscinas de Porto Moniz, eis que partimos rumo à Ponta do Sol. Há quem não acredite em magia, mas ela existe e mora aqui. Subimos até à estalagem da Porta do Sol para ver o pôr do sol e para jantar e claro… mais uma sobremesa… desta vez foi Banana caramelizada em cima de bolo de mel com bola de gelado de vinho da Madeira. MEU DEUS. ALGUÉM ME AJUDE A PARAR DE COMER. É que a minha mulher não só não me ajuda como ainda me encoraja a comer mais.
A seguir ao jantar, fomos para a cama porque domingo era dia de voltar a acordar cedo para continuar a desbravar caminho! Às 9 da manhã tínhamos um jipe da empresa Discovery Island à nossa espera. O Nuno, guia da Discovery Island, levou-nos até ao majestoso pico do Areeiro, passámos pelo Terreiro da Luta. Fizemos o percurso entre a Cova da Roda e o Pico das Pedras. Andámos por caminhos que nunca sonhámos existir, muito menos que desse para andar lá de carro.
Como tínhamos de estar no aeroporto, para regressar a Lisboa, às 17:30, apressámo-nos para fazer a paragem obrigatória nas casas típicas de Santana que parecem mesmo ter saído de um livro de banda desenhada, e seguimos para almoçar na Quinta do Furão, onde mais um vez tivemos uma refeição com uma vista de faltar o ar. A sério, estas paisagens são de cortar a respiração! Cheguei a sentir que nunca tinha feito nada na vida que me fizesse merecer ver o que eu estava a ver. Ah, e escusado será dizer que voltámos a pedir sobremesa.
Depois do almoço, fomos até Porto da Cruz ver o único engenho de Cana do Açúcar da Europa que ainda funciona a vapor. Vimos toneladas de cana de açúcar a ser triturada e disparada para fermentar e fazer a famosa aguardente de cana, ou rum agrícola. Eu que sou fã de rum fiquei a olhar para aquilo como uma criança a olhar para uma playstation nova e obviamente que trouxe uma garrafa de rum para casa.